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Perfil

Sabrina Furtado: de Cachoeiro do Itapemirim para o mundo com elegância e bom gosto

A pequena, curiosa e agitada Sabrina ainda nem imaginava, enquanto fazia curso de costura com sua avó paterna, dona Maria, já aos 9 anos, que, algum tempo depois, iria abrir uma loja que iria ser referência de qualidade e ótimo gosto, em uma cidade distante da sua Cachoeiro do Itapemirim natal. E a avó já despertava o bom gosto da neta, sempre atenta aos detalhes – algo que viria a usar muito na vida e na curadoria de sua loja, a Martha Paiva.

Aliás, moda é a palavra mágica para Sabrina. Ela fala com tanta paixão sobre o tema que é impossível não notar o brilho nos seus olhos. Normal para alguém que, ainda criança, cresceu nesse meio, graças a mãe, Martha Paiva, que começou uma loja com seu nome após fazer sucesso vendendo casacos customizados.

Sabrina era tão apaixonada pelo mundo da moda que, aos dez anos, após um voo cansativo vindo dos Estados Unidos, em sua primeira viagem sem os pais, foi praticamente do aeroporto para a loja de Gregório Faganello, no Rio de Janeiro, com a mãe. “Estava tão cansada, mas queria tanto ir com ela, que, em um momento, dormi por três horas em plena loja e acordei sem entender o que estava acontecendo”, relembra Sabrina. A partir daí viu que esse era seu mundo, era o que amava.

Mudança para Salvador

Já cantava Rita Lee, uma das cantoras preferidas de Sabrina: “Dizem que sou louco por pensar assim, se eu sou muito louco por eu ser feliz, mas louco é quem me diz e não é feliz, não é feliz”. E assim deve ter pensado Sabrina quando, já com tudo pronto para fazer um intercâmbio fora do país, recebeu um convite, do então namorado Ricardo Furtado, para se casarem e morar em Salvador. Sabrina aceitou.

Ainda cursando Administração de Empresas, transferiu a faculdade – já em Vitória, a capital do Espírito Santo – para a Universidade Católica do Salvador e desembarcou na cidade, sozinha, sem ninguém da família e sem conhecidos. “O início foi difícil, até para me locomover. Morava em uma cidade bem menor do que Salvador e foi uma luta me localizar por aqui”, diz.

Família reunida: Ricardo, Nicolas, Carol, Sabrina, Martha Paiva, o casal de sobrinhos, o irmão de Sabrina, o arquiteto Wagner Paiva e sua esposa, Patricia

Também sentia falta da família – o alicerce da vida de Sabrina, que pensou até em voltar para o Espírito Santo quando seus filhos Carolina e Nicolas nasceram. “Era difícil para mim ficar longe de meus pais, da minha família, e foi um momento em que cheguei a refletir em voltar. Também queria que eles convivessem com os avôs. Mas tenho a crença de que as coisas só acontecem porque a gente aguenta, a gente dá conta”, lembra.

Sabrina teve que se adaptar também à forma de falar dos baianos. A falta de entendimento quase a prejudicou na UCSal. “Meu professor me disse que a prova seria ‘de hoje a 15’. Eu não entendia isso. Pensava que era no dia 15, então me atrapalhei toda e quase perdi a prova”. Ela, no entanto, se sentiu bem acolhida pelos baianos.

Na faculdade, ajudou um empresário em uma loja de calçados – já com seu olhar afiado e de bom gosto sobre o que é moda. Faltando seis meses para se formar, veio o início da loja se tornou referência em Salvador e no Brasil. A Martha Paiva – em homenagem a mãe, que também tem uma loja homônima – foi inaugurada em setembro de 91 no Shopping Boulevard 161, no Itaigara. Ainda em um espaço pequeno, mas claramente ali seria só o começo – e contou até com a então desconhecida Ivete Sangalo desfilando para a marca.

“Estudei muito sobre como a baiana se vestia e se comportava. A baiana é uma mulher de atitude, que precisava de um tecido leve para o clima da cidade. Nossa roupa tinha um linho do Espírito Santo que não tinha aqui, rendas francesas, rendas delicadas, foi tudo bem estudado para fazer a mulher baiana se sentir bem.”

A nova coleção foi extremamente bem aceita pelas mulheres baianas, que passaram a ir à Martha Paiva, que ficava do lado do Esplanada Grill, restaurante que era frequentado pelo público da recém-inaugurada loja.

Sucesso da Martha Paiva

Não iria demorar muito para a Martha Paiva se tornar sucesso, com tanta delicadeza, simpatia, bom gosto e estudo da obstinada Sabrina Furtado. Pouco tempo depois da primeira loja, mudou de local no Boulevard 161, com o dobro da área e um mix de produtos muito maior. “Sempre pensamos no conforto e na qualidade. Uma roupa atemporal que leva essa mulher para qualquer ambiente de forma adequada”, afirma. Começou também a trabalhar com roupa de festa, já que aqui ainda existia poucas empresas focadas nisso.

Depois, montou uma nova loja no Apipema Center e manteve as duas em funcionamento. Até que, há 15 anos, fechou todas e abrir a atual Martha Paiva na avenida Paulo VI, com mais de 600m² de área, que atrai todos os olhares de quem passa e admiração de quem entra. Desta vez com um apoio familiar, a do irmão arquiteto Wagner Paiva, que fez o projeto do local.

Ambiente bem iluminado, roupas dispostas de uma forma que são visíveis de qualquer lugar, com espaço para as clientes – que vêm do Brasil todo – andarem e, por que não, desfilarem com as roupas vendidas na loja. Não só roupas, mas acessórios também para casa, uma das novidades de Martha Paiva, que lançou outras linhas.

Martha Paiva localizada na Avenida Paulo VI, Pituba, em Salvador

E pensar que ela chegou a ouvir de uma pessoa – quando inaugurou – que a loja dela não cabia em Salvador. “Mas Salvador cabe o tamanho do sonho de qualquer pessoa”, reflete Sabrina.

Aliás, a cliente que entra ali pode ter certeza de que vai sair ainda mais linda e encantadora, sempre com a aprovação de Sabrina, que é procurada por todas para ajudar a decidir as escolhas. E ela adora! “É uma das coisas que mais gosto de fazer. Gosto de observar, conheço as clientes, sei do que elas gostam, o que cai bem. A gente aqui não cuida de roupas, a gente cuida de pessoas”, diz.

Não existe mulher que não fique deslumbrante com uma roupa da Martha Paiva escolhida com a curadoria de Sabrina Furtado

Não à toa, enquanto este jornalista conversava com Sabrina, volta e meia algumas clientes passavam por perto, como quem não querem nada, para ver se a entrevista estava acabando para liberar a empresária para aprovar as escolhas delas. (desculpem-me por atrapalhar, mas vocês estavam lindas!).

“A baiana é uma mulher que precisa de cor, que é vibrante. Ela não gosta de estar vestida com uma roupa sem graça, sem atitude, sem modelagem impecável. A gente tem esse cuidado. Quer trazer a moda que quer dar a ela a história bem contada. Não adianta vir à nossa loja com uma história de vida e a gente fazer uma outra história. A gente respeita o momento de vida”

No dia a dia, quando não está entre as clientes e escolhendo roupas, Sabrina gosta de relaxar caminhando. Onde tiver oportunidade, vai caminhar na orla e recebe amigos e familiares em casa – hoje em dia, menos por conta da pandemia.

Fora isso, faz grandes imersões para se aprimorar. Já passou um mês no prestigiado Instituto Marangoni, em Paris. “Fico por dentro de tudo que pode agregar para nossos negócios: novidades, gestão nova, marketing novo”, diz.

Futuro

Comemorando 30 anos em setembro, vem muita coisa boa por aí. Uma delas é uma exposição com roupas da Martha Paiva que possuem alguma história afetiva com suas clientes. Ela vai expor até quatro peças de cambraia de linho da época da primeira loja, há 30 anos, que estão em perfeito estado, parecendo que saíram da loja ontem.

Sabrina também está decidindo se abre a Martha Paiva no Shopping Barra – que já estava certa quando veio a pandemia. “Muitas clientes que eram do Apipema Center pedem que a gente tenha uma loja naquela área”, revela.

Duas gerações unidas nos negócios da loja Martha Paiva

A pandemia fez Martha Paiva investir mais ainda no digital, e tem rendido ótimos frutos, com vendas em todo o Brasil.

Agora, conta com a ajuda de Carol, a filha mais velha, que é formada em direito. “A loja me puxou e não consegui mais sair”, revela Carol, que tem o mesmo brilho nos olhos da mãe, mostrando o prazer de fazer parte da Martha Paiva. “Foi um processo natural. Não incentivei, não forcei nada. Nem imaginava uma terceira geração continuando, mas fiquei muito feliz”, diz a orgulhosa mãe.

E será que Sabrina se arrepende de algo? “De forma alguma. Tenho o maior orgulho da minha história, orgulho dos clientes e fornecedores que tenho”.

Agora não vamos mais dizer que Cachoeiro do Itapemirim é a terra onde nasceu o rei Roberto Carlos. É a terra da rainha da elegância e do bom gosto Sabrina Furtado também.

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