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Perfil

Carol Sousa: entre pincéis e halteres

Pintora, publicitária – com direito a Leão de Bronze em Cannes -, estilista e empresária. Isso, que ela se lembre. E, por enquanto, até a mente inquieta de Carol Sousa não encontrar outras atividades para acrescentar a essas – como a de decoradora, que já começou a fazer em uma época, mas não finalizou. “Eu gosto de várias coisas”, afirmou Carol.

Formada em publicidade pela Universidade Paulista (Unip), Carol deixou de iniciar a carreira de arquiteta na hora de prestar o vestibular. Afinal, a profissão da mãe, dona Arilda Cardoso Sousa, e que o pai empresário José Raimundo de Sousa seria o caminho mais óbvio. “A gente viajava em família pelo mundo e visitava museus, áreas de arquitetura. Vivíamos olhando para teto, olhando para piso. Crescemos nesse mundo”, brinca.

Mas Carol partiu para administração, e sua vida mudou quando faltou aula para assistir uma palestra de Nizan Guanaes. Aquilo transformou a jovem Carol, que decidiu se tornar publicitária. “Fiquei encantada com a palestra. Pensei: ‘é isso que vou fazer'”. Ela se candidatou para ser estagiária e recebeu uma ligação do próprio Nizan para entrar na agência.

No primeiro momento, acabou não podendo ir para a empresa. Já em São Paulo para cursar publicidade, pois em Salvador ainda não existia o curso, entrou em contato novamente com Nizan e começou uma carreira de sucesso na área que, em quase três anos, rendeu diversos prêmios, dentre eles o badalado Leão de Bronze de Cannes.

Moda e pintura

Em Nova York, Carol fez moda. Já em Salvador, criou uniformes para a cozinha de grandes restaurantes de Salvador como Al Mare, Bella Napoli, Baby Beef, Casa di Vina, Chez Bernard e muitos outros.

Bella Napoli criado por Carol Sousa

A pintura surgiu de forma inesperada. Carol morava em um apartamento em São Paulo com uma grande parede. “Falei com minha mãe que ia pintar um quadro para pendurar, pois comprar um seria uma fortuna”, relembra.

Ela pintou, mas não pendurou. A partir daí, perdeu as contas de quantos trabalhos já fez, além de cursos no Museu de Arte Moderna (MAM), em Salvador, e no Art Classes, em Miami, dentre outros – lembrem-se, ela não para.

Admiradora dos trabalhos do mineiro Iuri Sarmento, da carioca Beatriz Milhazes e da baiana Fátima Tosca, Carol utiliza muitas cores em alguns dos seus trabalhos, lembrando as paletas do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

Também não se resume a uma técnica. Ela utiliza pintura, tecidos, apliques, colagens, tecidos e objetos em sua arte. Já teve trabalhos expostos em ambientes na CasaCor Bahia e perdeu a conta de quantas telas pintou.

Mas, quando abriu a academia, teve que deixar um pouco de lado a veia de pintora e artista.

Da redação à malhação

Após deixar a publicidade e voltar a morar em Salvador, Carol teve a ideia de montar uma academia. Logo ela que, como mesma se define “malha normal” e “corre normal”. Ou seja, se mantém saudável e muito bem, sem exageros.

A academia Fórmula, que frequentava em São Paulo, foi quem a inspirou. “Tinha o conceito de clube, algo que não existia em Salvador. Quando voltei a morar aqui, pensei logo em montar com o mesmo conceito, com consultoria da Fórmula”, relembra Carol.

E ali, no Rio Vermelho, em um casarão de 1850 – que já teve o sugestivo nome de Avenida Saudável e hoje é tombado pelo Iphan – surgiu a Villa Forma, uma das melhores academias do país, e a primeira a ter piscina na capital baiana. “Escolhemos o imóvel por uma questão prática, já que era de meu pai. Mas tinha a complicação de ser um antigo casarão e termos que mudar para se adaptar para virar uma academia. Mas aceitamos o desafio, restauramos e conseguimos”, contou.

O fato de ser um casarão antigo tão diferente dos ambientes de academia acabou se tornando um grande diferencial para a Villa Forma. As pessoas se encantam com a arquitetura e os lustres de cristal no meio das salas de musculação.

Como o casarão era e como ficou

A arquitetura e os detalhes da restauração ficaram com dona Arilda, que teve todo o cuidado e se preocupou ao máximo em manter a originalidade do local. E é visível que tudo é claramente feito com muito esmero: lustres, afrescos… o que transforma a academia em um ambiente familiar e caseiro – e, convenhamos, muito mais prazeroso para praticar atividades físicas. “Queria que a pessoa chegasse para malhar e se sentisse acomodada aqui na academia e a vontade de malhar viesse naturalmente. Não queria que tivesse cara de academia”, afirmou – e conseguiu!

Quando abriu, levou um susto inicial. Em uma semana, o número de alunos mais que dobrou e precisou contratar mais gente para suprir a necessidade dos alunos. Para isso, Carol tem que estar sempre antenada, até porque ela ainda gerencia o Instagram da academia – e de outras empresas da família.

A Villa Forma abarca todas as idades, de crianças até idosos, com modalidades fixas e aquelas que sempre surgem como “moda” durante períodos do ano, como aula de circo e outras. “Sempre estamos buscando novidades que sejam aceitas pelo público de Salvador”, afirma.

Hoje, após 18 anos, é uma academia reconhecida em todo o Brasil, tanto que a multinacional Track&Field, que só fazia parceria para corridas com shoppings de todo o país, realizou uma competição pela primeira vez com uma empresa de outra atividade, que foi a Villa Forma. E a quinta edição da corrida já está programada para outubro. “Eles já nos falaram que a corrida que a gente promove aqui é uma das melhores do Brasil”.

Os alunos da Villa Forma que se inscrevem ganham um kit especial para participar das provas. “Criei um monstro com esses kits, pois são sucesso e todo mundo quer saber como será o próximo. Nós gostamos de fazer algo diferente para nossos clientes, para mostramos a importância deles”.

Volta aos pincéis

Recentemente, Carol preparou um ateliê em casa e pretende voltar a dedicar uma parte do seu dia à pintura. “As pessoas pensam que criatividade é algo fácil, mas não é. Exige dedicação, tempo e uma rotina. Por isso tenho que chegar mais cedo em casa para voltar a pintar. Não posso levar isso como um ‘lazer'”, disse.

Carol agora se prepara para montar uma exposição individual. “Meu problema é que sou muito apegada às minhas pinturas. Quando gosto muito, não quero vender. Quando não gosto, não quero nem que vejam”. Mas ela já está procurando um local em Salvador para exibir seus belos quadros.

E, do jeito que ela é inquieta, é capaz de fazermos um novo perfil dela daqui há um ano e termos muito mais histórias novas para contar.

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