A otoesclerose é uma condição que afeta a audição e pode levar a uma perda auditiva gradual, além de causar zumbido no ouvido. De acordo com o otorrinolaringologista e cirurgião da face do Itaigara Memorial, Gabriel Bijos, a doença é caracterizada pelo enrijecimento do tecido ósseo no ouvido, especificamente a ossificação do estribo, um dos ossículos do ouvido. Esse processo reduz a movimentação do estribo e compromete a transmissão do som na cóclea, resultando em diminuição da audição.
“A principal suspeita é que a otoesclerose seja uma doença hereditária. Observa-se que acomete mais mulheres do que homens, possivelmente devido a fatores hormonais. A condição é geralmente transmitida por herança autossômica dominante com penetrância incompleta, o que significa que os membros da mesma família podem herdar o gene associado à condição, mas nem todos necessariamente desenvolverão a patologia. Dessa forma, é comum que diversas pessoas em uma mesma família apresentem otoesclerose”, explica.
Além dos fatores genéticos, a otoesclerose pode se agravar durante a gestação, embora também possa piorar em outros momentos, esclarece Gabriel. “Os principais sintomas incluem perda auditiva progressiva e zumbido, com sintomas menos comuns como tontura e vertigem. O diagnóstico é feito através de exame físico e confirmado por audiometria e impedanciometria”, informa.
Vale ressaltar que, embora não haja uma cura definitiva para a otoesclerose, opções de tratamento estão disponíveis para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “Entre as alternativas, estão a cirurgia para substituir o estribo por uma prótese, o uso de aparelhos auditivos para minimizar o desconforto e, em casos iniciais, a utilização de medicações para retardar o progresso da doença”, conta.
Para preservar a saúde auditiva, é fundamental realizar check-ups anuais com um otorrinolaringologista. “Além disso, é importante evitar exposição a sons altos, não usar cotonetes no ouvido, evitar a automedicação e manter uma alimentação rica em vitaminas A, C, E, magnésio e zinco. Fatores como o tabagismo também podem interferir na saúde auditiva”, alerta o especialista.