Uma pesquisa realizada recentemente pela ONG Think Olga revelou que quase metade (45%) das 1.078 mulheres entrevistadas relataram ter recebido diagnóstico de ansiedade, depressão ou algum outro tipo de transtorno mental.
De acordo com a pesquisa, 6 em cada 10 brasileiras convivem com a ansiedade – transtorno mais comum no Brasil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). As mulheres também são maioria entre os brasileiros diagnosticados com depressão (18,1%), segundo levantamento realizado pelo Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia – Covitel 2023. Destas, 17% estão na faixa etária entre 55 e 64 anos.
Segundo o médico ginecologista Dr. Jorge Valente, a maior incidência de diagnósticos destes transtornos em mulheres podem ser explicadas tanto por fatores de ordem psicossocial, como mudanças nos papéis familiares e eventos estressantes do dia a dia, como de ordem biológica. Neste último caso acontecem em decorrência das variações dos níveis hormonais pelas quais as mulheres passam ao longo da vida, a exemplo dos períodos gestacionais e da chegada ao climatério e a menopausa.
“A menopausa é um processo biológico natural que pode estar associado a sintomas de depressão e ansiedade. Além disso, o declínio hormonal, em particular a queda na produção de estrogênio e da progesterona, pode intensificar e colaborar para o desenvolvimento destes transtornos”, explica o ginecologista. Segundo ele, o envelhecimento, a perda do papel reprodutivo, o ganho de peso, a redução da libido, a insônia e demais sintomas podem afetar e muito a qualidade de vida e influenciar o humor das mulheres nesse período.
A terapia de reposição hormonal (TRH) pode atuar como uma aliada reduzindo estes sintomas. Entre os métodos mais modernos e eficientes para a realização da reposição hormonal estão os implantes. Estes podem conter um ou mais hormônios combinados, entre eles o estradiol e/ou a progesterona, e/ou a testosterona e/ou a gestrinona. Entretanto, ela apenas deve ser utilizada se houver indicação médica.
“Somente um profissional especializado, após realizar uma avaliação individualizada, observando os prós e os contras, poderá definir a indicação ou não do tratamento com TRH”, destaca o Dr. Jorge Valente. O ginecologista ressalta, também, a importância da prática constante de exercícios físicos e da adoção de uma dieta equilibrada como estratégias que podem aliviar os sintomas físicos da menopausa, como os fogachos, melhorar o sono, o humor e, consequentemente, reduzir a ansiedade e a depressão.