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Cinema

Crítica – A Babá: Rainha da Morte

O primeiro A Babá (2017) era uma comédia de terror que brincava com alguns clichês do gênero, mas nunca embarcava completamente no exagero e absurdo que sua premissa sugeria. Esses problemas desaparecem neste A Babá: Rainha da Morte que enfia tanto o pé no acelerador do absurdo que em muitos momentos a trama sequer faz muito sentido. O que não me incomodou o tanto que imaginei que incomodaria, já que tudo é realmente divertido.

Na trama, Cole (Judah Lewis) ainda está traumatizado pelos eventos que ocorreram no primeiro filme. Pior, ninguém acredita na versão dele e todos acham que ele está louco, dos pais aos colegas de escola que constantemente zoam o garoto. Melanie (Emily Alyn Lind) é a única que acredita nele, então quando Melanie chama Cole para a casa no lago de sua família, o jovem prontamente aceita. O que ele não imaginava é que teria de enfrentar mais um ritual satânico.

A natureza hiperbólica e absurda dos personagens já se faz sentir nos primeiros minutos quando Cole conversa com o conselheiro da escola sobre os eventos do primeiro filme e ouve do terapeuta que a solução para os problemas dele é transar. É uma fala inacreditável, que jamais seria dita por um conselheiro escolar do mundo real (ainda mais do jeito que o personagem fala no filme), mas que funciona aqui por conta do regime de absurdo no qual o filme se inscreve.

Ninguém está aqui para criar indivíduos e situações críveis ou realistas, a lógica é mais da caricatura, do cartunesco e até as cenas de morte remetem a uma versão mais sanguinolenta de coisas que veríamos em um desenho animado. A reviravolta final inclusive, soa um pouco forçada, sem que o filme tenha devidamente construído a transformação de atitude de uma personagem específica e como esse é o raro momento em que a trama decide levar algo minimamente a sério, acaba não funcionando.

Esse senso de um universo exagerado, no qual tudo parece ser acelerado, hiperestimulado, também é transmitido pela montagem, que constantemente insere letreiros, números musicais ou imagens que comentam de maneira cômica os eventos da trama (como as imagens de um trem entrando num túnel e uma salsicha colocada em um cachorro quente quando Cole e Phoebe começam a se beijar) sem se preocupar muito com coesão narrativa.

Um exemplo é a luta entre Phoebe (Jenna Ortega) com Melanie, na qual um letreiro enorme escrito “Fight!” aparece na tela, como se fosse um game de luta. De repente barras de vida para as duas surgem nos cantos superiores da imagem e elas começam a lutar disparando bolas de fogo e dando cambalhotas apesar de nada antes ou depois disso dar qualquer evidência de que essas personagens tinham superpoderes. Não faz o menor sentido, não tem qualquer explicação dentro da trama (era real? Era a imaginação de alguém?), é feito simplesmente porque o filme achou quer seria divertido. E é.

É esse senso de exagero desmedido e desavergonhado que torna tudo tão divertido, personagens que retornam do primeiro Max (Robbie Amell) e Allison (Bella Thorne) parecem ainda mais conscientes de suas próprias naturezas caricaturais e ridículas. Isso é visto também nas mortes, ainda mais criativas absurdas e sangrentas, com qualquer membro decepado explodindo em um chafariz de sangue.

Talvez nem todo mundo consiga embarcar na viagem aloprada e sem noção que é esse filme, mas para quem estiver disposto a abraçar o exagero A Babá: Rainha da Morte é uma comédia de terror que diverte pela sua criatividade hiperbólica e gore exagerado.

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