A exposição Geometria 7.0 marca os 70 anos do artista baiano Guel Silveira com um recorte preciso de sua produção atual, reunindo 17 obras, dez já exibidas no Museu da Misericórdia, e sete inéditas, em torno de uma investigação contínua da forma, da superfície e dos limites entre composição e textura.
Nascido em Salvador em 1955, Guel iniciou sua trajetória na década de 1970, com uma primeira exposição individual no Museu de Arte da Bahia, em 1975, e participação no Panorama da Arte Atual Brasileira no MAM de São Paulo no ano anterior. Desde então, sua obra circulou por diversas capitais brasileiras e também no exterior, em cidades como Paris e Viena. Ao longo de décadas, seu trabalho se consolidou por uma prática que evita modismos e opera entre a abstração e a densidade material.
Sisal imponente
Em Geometria 7.0, o uso do sisal não é decorativo nem alegórico. A fibra tensa, áspera, é aplicada com precisão sobre superfícies que rejeitam a ideia de acabamento como virtude. As linhas paralelas, revestidas pelo sisal que exige esforço e precisão de quem o manipula, ocultam as imperfeições sem apagá-las, expondo a crueza e a beleza da matéria em seu estado mais direto. A geometria, aqui, não busca perfeição, mas presença — e ao observador, resta apenas o ato silencioso de encarar aquilo que resiste à suavidade.
“Me sinto muito honrado de receber essa homenagem da CASACOR Bahia.
É muito gratificante participar dessa atmosfera que respira e transpira arte.
Estou muito feliz.”, afirma o artista.
A mostra não tem caráter retrospectivo, nem pretende revisar fases anteriores. Ao contrário: reafirma a atualidade de uma poética construída com rigor, em que forma, cor e matéria operam em um sistema próprio, alheio às convenções do mercado ou às expectativas externas.
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