Um fogão a lenha no centro da cozinha. Chefs que trocam experiências e cozinham com o coração. Pratos que chegam à mesa como convites à memória. Vinhos que não apenas acompanham, mas ampliam a experiência. Assim foi o jantar a seis mãos que transformou o restaurante Refúgio, em São Paulo, em um cenário de encontros, sabores e celebração da boa gastronomia.
O evento aconteceu na última sexta-feira, 23 de maio, e reuniu três nomes que imprimem identidade àquilo que fazem: a baiana Preta (Angeluci Figueiredo), o anfitrião Henrique Lira e a chef Ana Flávia Cavalcanti, cada um com seu repertório, sua bagagem e seu sotaque culinário. A harmonização, conduzida com precisão e frescor pela Bodega Mataojo, do Uruguai, acrescentou profundidade e elegância à noite.

Preta, à frente do restaurante que leva seu nome na Ilha dos Frades, em Salvador, trouxe à capital paulista uma sequência de pratos que misturam afeto, regionalismo e potência sensorial: creme de beterraba defumada com vieira amanteigada, pera assada com queijo de cabra fresco e mel de jataí apimentado, gnocchi de abóbora com castanha de baru ao molho de rabada desfiada e, por fim, um clássico da sua cozinha: sorvete de coco verde passado na tapioca com raspas de rapadura.
“O restaurante Refúgio é muito acolhedor, com uma cozinha que tem no centro um fogão a lenha. Isso dá um toque especial porque o fogo aquece, acolhe”, disse Preta. “Foi uma noite agradável e surpreendente, com uma interação deliciosa com os chefs Henrique e Ana Flávia, que têm um trabalho muito importante. Gosto dessa troca, de passar a minha experiência e aprender com os meus colegas.”
A harmonização, conduzida pela Bodega Mataojo, levou à mesa vinhos elaborados de forma artesanal com uvas como Touriga Nacional e Albariño, além de blends tintos estruturados e expressivos. “São vinhos muito saborosos, com ótimo custo-benefício e produzidos no Uruguai com cuidado e identidade”, comentou Preta.
Henrique Lira, responsável pela cozinha do Refúgio, somou à noite um refinado tortelli de cordeiro na manteiga e sálvia com cogumelos Paris e glacê. “É uma honra receber a chef Preta. A culinária da Bahia é rica em sabor, temperos e amor. Tivemos casa cheia, ambiente feliz e feedbacks muito positivos. A equipe está de parabéns. Espero que possamos cozinhar juntos novamente em breve”, afirmou o chef.
A chef Ana Flávia, da Casaria, encerrou o menu com um contraste cítrico e delicado: mousse de queijo, compota de laranja e sorbet de laranja, trazendo frescor ao último ato do jantar.
Entre os convidados da noite, a artista visual e criadora de conteúdo Claudia Liz celebrou a experiência com entusiasmo: “Tudo estava uma delícia. Cada prato, um novo sabor, feito pela adorável Preta e harmonizado com vinhos incríveis, olha que não sou de beber e gostei de todos! Foi uma experiência maravilhosa que compartilhei com amigos queridos. Momento feliz!”
O empresário e influencer gastronômico Yuri Rocha destacou a fusão de origens que deu o tom da noite: “Um encontro impensável entre Uruguai e Bahia, que culminou em uma noite memorável em cores, sabores e encontros. Um menu rico em ingredientes, técnicas e sabores, perfeitamente harmonizado com vinhos surpreendentes. Foi ótimo fazer parte desse momento.”
Mais do que um jantar, a noite no Refúgio foi uma travessia: entre regiões, entre culturas, entre pessoas que compartilham não só o ofício de cozinhar, mas a crença de que alimento, quando nasce do afeto, pode ser memória, arte e celebração.
