Os últimos filmes de terror ou eram da produtora A24 ou da Blumhouse. Com a queda de qualidade de seus últimos filmes, o gênero perdeu um pouco do fôlego. Mas, ainda bem que existe Ryan Coogler, diretor, roteirista e produtor de Pecadores, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 17.
Assim como o diretor, nos trailers lançados, não falarei muito para evitar spoilers. O que você precisa saber é que os temidos irmãos gêmeos Fuligem e Fumaça (interpretados por Michal B Jordan) retornam à sua cidade natal, no estado do Mississipi, na década de 30 (ou seja, no pior lugar para se estar se a pessoa for negra). Eles resolvem abrir um clube de blues com a ajuda do primo Sammie Moore (feito pelo cantor Miles Caton, estreando no cinema) e de outros amigos. Entretanto, eles não estavam preparados para o que viria a acontecer na noite de inauguração.
A Ryan Coogler se mostra, novamente, um excelente e multifacetado diretor: foi ótimo na aventura Pantera Negra, ótimo na trilogia dramática Creed e, agora, no terror Pecadores. Assim como seu roteiro, que já nos deixa pregados na cadeira longo no início do filme, sem imaginar o que vai acontecer, mas sempre tenso, sabendo que algo pode acontecer a qualquer momento.
Coogles se beneficia também de um elenco poderoso comandado por Michael B Jordan, que interpreta os gêmeos de forma claramente diferentes. Assim como Andrene Ward-Hammond (Ruthie), o interesse amoroso de Fumaça, o já citado Miles Caton e o consagrado Delroy Lindo, que interpreta o músico bêbado Delta Slim. Além de outros coadjuvantes que formam uma excelente equipe na frente das câmeras.
Ao final do filme, um personagem diz ao outro: “Nunca esqueci daquele noite, pois, apesar de tudo, eu fui feliz”, no qual o outro responde: “Sim, pois éramos livres”. Isso resume muito bem a segunda camada de Pecadores, a do país racista que trata os negros como sub-raça.
Pecadores é um filme de terror clássico, que nos causa revolta, surpreende, empolga e dá sustos, muitos sustos.
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