Muitos brasileiros relatam sentir dor crônica no dia a dia. O incômodo atinge, pelo menos, 37% da população brasileira. São cerca de 60 milhões de pessoas que sofrem com o desconforto conhecido por persistir por mais de três meses, de acordo com estudo feito pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), em conjunto com a Universidade Federal de Santa Catarina e a Faculdade de Medicina do ABC.
As pessoas atingidas pela dor crônica, geralmente, têm mais de 50 anos, aponta o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), financiado pelo Ministério da Saúde. De acordo com a médica anestesiologista e especialista em dor do Itaigara Memorial, Anita Rocha, para evitar o desconforto crônico ao longo do processo de envelhecimento, é importante adotar, desde cedo, hábitos saudáveis de vida.
“Uma das práticas saudáveis indicadas é a atividade física. O declínio da massa muscular é uma das tendências do avançar da idade, o que se agrava devido ao sedentarismo. Esse enfraquecimento gera prejuízos, como a dor crônica e dificuldade de locomoção, em pessoas com idade avançada”, explica a médica.
Entre as dores crônicas mais comuns estão a enxaqueca, dor lombar, nas articulações, face, boca, pescoço, dores de cabeça e neuropatia. Para tratá-las, Anita explica que, na maioria das vezes, é necessária a atuação conjunta de uma equipe multidisciplinar, que envolve diversos profissionais da saúde, como médicos e fisioterapeutas.
“O tratamento pode ser feito com medicamentos, ou seja, remédios indicados pelo especialista que avaliou o quadro clínico do paciente, infiltrações (em casos de dores nas articulações), além da fisioterapia, que promove o alívio da dor através de exercícios, alongamentos, acupuntura, ventosaterapia e técnicas com laser. Outras medidas importantes são uma alimentação equilibrada e controlar doenças como diabetes e hipertensão, que podem agravar as dores”, diz Anita.