Apesar de ter ganhado popularidade nos últimos anos, o jejum intermitente é uma prática que surgiu há milhares de anos. Segundo o médico Leonardo Matthew, referência em emagrecimento e reposição hormonal em homens e mulheres, existem diferentes aplicações desse método. O grande problema é que grande parte das pessoas adotam essa técnica de maneira inadequada, sem acompanhamento profissional, o que pode trazer prejuízos à saúde. O médico conta que não é simplesmente fazer jejum prolongado: “o que você come e os horários das alimentações também importam”.
“Fazer o jejum de forma acompanhada pode trazer benefícios além do emagrecimento, contribuindo com a melhora da saúde metabólica e da qualidade de envelhecimento, reduzindo a chance do aparecimento de muitas das doenças crônicas que existem hoje”, destaca Leonardo.
“Quando o indivíduo fica sem comer por muito tempo, o organismo utiliza glicose armazenada como fontes de energia; e após 10h a 12h de jejum, começa a consumir a gordura corporal e utilizar corpos cetônicos que fazem bem, inclusive, para o funcionamento cerebral”, explica Leonardo, que elencou os principais erros ao fazer esse método:
1) Jejum no período diurno
Quem passa por um longo período de restrição alimentar durante o período diurno, principalmente pulando o café da manhã, pode ter mais malefícios metabólicos do que benefícios. Isso pode contribuir para mais fome ao final do dia e compulsão alimentar.
2) Começar com longos períodos de jejum
“Costumo falar que quem nunca correu não calça um tênis e sai sem preparo pra fazer uma maratona de 42 km. É preciso ir se preparando e aumentando o percurso gradualmente”, afirma. A orientação do médico às pessoas que nunca fizeram jejum intermitente é começar com parcimônia, se adaptando gradualmente ao aumento do período de jejum. “Isso ajuda a evitar reações fisiológicas como tonturas, muitas dores de cabeça, vômitos e cãibras”.
3) Cuidado com o desjejum
Além disso, os resultados desse método não se baseiam somente no jejum propriamente dito. É necessário ter um cuidado especial com o desjejum, que é o momento de se alimentar após o jejum. “Não adianta ficar 16h sem comer e quebrar o jejum com alimentos ricos em gordura saturada e açúcar refinado. É fundamental que seja uma alimentação equilibrada, rica em proteína, carboidratos complexos e boas gorduras”, explica o médico.
4) Não ter acompanhamento profissional
Outro problema ao fazer jejum intermitente, segundo Leonardo, é realizá-lo sem a orientação de um profissional de saúde. Cada pessoa deve ser avaliada de forma individualizada, considerando todas as variáveis que podem influenciar para os melhores benefícios do método. “O ideal é contar com uma abordagem integrada que leve em consideração todas as necessidades do paciente, assim, é possível avaliar a real necessidade do jejum intermitente e de que forma ele pode ser empregado para otimizar o processo de emagrecimento aliado a saúde”.