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Cinema

Crítica – Meu Nome é Gal

Longa estreia nesta quinta-feira nos cinemas

Fazer a cinebiografia de uma cantora como Gal Costa não é tarefa fácil. Uma mulher que foi a voz feminina da Tropicália, ainda teve sucessos nos anos 80, 90, 2000, até vir a falecer de forma repentina, em 2022, tem uma vida bem movimentada.

Mas, no no longa “Meu Nome é Gal”, que chega aos cinemas nesta quinta, 12 de outubro, a roteirista Lô Polliti e a diretora Dandara Ferreira optaram por utilizar os anos de 1966 a 1971, que transformaram a tímida Gracinha, recém saída de Salvador para o Rio de Janeiro, na poderosa Gal Costa.

A primeira cena do filme mostra uma Gal Costa (Sophie Charlotte) sentada em um banquinho, com um violão na mão, já cheia de atitudes, no cenário do seu show “- Fa – Tal – ” (coincidentemente realizado no dia 12 de outubro de 1971). A partir daí, voltamos no tempo e vemos a cantora chegando no Rio e reencontrando Caetano Veloso (o excelente Rodrigo Lelis) e sua esposa Dedé (a excelente Camila Márdila), Gilberto Gil (Dan Ferreira) e tantas outras figuras que fizeram parte de sua história, até o empresário Guilherme Araújo (o excelente Luis Lobianco).

Não foi exagero da minha parte o parágrafo acima. O elenco do filme está formidável. Todos estão excelentes, inclusive os que fazem outros personagens como Wally Salomão (George Sauma) – eu já entrevistei Salomão no início da faculdade e o cara é aquela maluquice toda mostrada no filme. Sophie Charlote utiliza a doçura e sua ferocidade para interpretar Gal Costa em todo o seu esplendor, assim como Rodrigo Lelis é um Caetano Veloso a altura da protagonista.

A essa altura, imagino que sentiram falta de um importante nome relacionado a Gal: Maria Bethânia (a excelente Dandara Ferreira, que também dirige). Infelizmente, a participação da personagem da cantora é basicamente um fan service, já que ela aparece em duas cenas, que não duram nem 2 minutos, trocando uns quatro diálogos com Gal Costa, e nada acrescentam a história.

A diretora Dandara Ferreira assume as rédeas da produção de forma segura, percorrendo um caminho já conhecido por ela por ter dirigido o documentário “O Nome dela É Gal” (2017 – disponível na HBO). A produção também acerta ao colocar imagens reais das aberrações da Ditadura Militar, além de vídeos antigos das praias do Rio de Janeiro, Salvador e de ruas de São Paulo para contextualizar a época.

O único pecado do filme é o seu roteiro, escrito por Lô Politi. Em que pese mostrar a transformação de Gal de uma jovem tímida a uma cantora de atitude, as cenas são muito desconexas umas das outras. Parece que foi feita uma colagem de fatos marcantes na vida de Gal (e da MPB), não tendo uma conexão entre elas. Sua relação com a mãe (a excelente atriz baiana, veterana do teatro, Chica Carelli) é pouco desenvolvida, assim como suas outras relações, mesmo com Caetano e Gil.

Durante a coletiva, a atriz Camila Márdilla contou tantas coisas interessantes entre sua personagem Dedé e Gal – que eram amigas de infância, que Dedé ajudou Gal a dançar, a se soltar -, que se tivesse aproveitado mais essa relação entre as duas no filme, já deixaria o longa bem melhor.

E o final é abrupto, sem um clímax – exceto com as imagens da verdadeira Gal Costa, que é emocionante – aliás, a única parte emocionante do longa inteiro! Para os não iniciados, que não sabem que o show “- FA – TAL” foi considerado um divisor de águas na carreira da cantora, o final fica ainda mais sem sentido – se você for um não iniciado em Gal, já fique sabendo!

Em uma cena de “Meu Nome é Gal”, a cantora dá a sua primeira entrevista e, ao ser questionada sobre relacionamentos, ela diz que não precisa falar nada porque a música é tudo para ela e tudo que ela quer dizer, diz através das canções. Pois continuaremos assim, já que não será com o filme que iremos conhecer mais profundamente Gal Costa.

Mas, ainda assim, o longa é uma respeitosa homenagem a uma das maiores cantoras que esse país já teve e merece ser visto pela qualidade da produção e do elenco nos cinemas (não seja aquela pessoa que fica esperando os filmes chegarem no streaming, valorize o cinema, ainda mais os brasileiros – e muito bem feitos, como é o caso!)

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