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Teatro

Estreia em Salvador o musical que revela a história dos milagres de Santa Dulce

Espetáculo ‘A Peleja da Santa Dulce dos Pobres’ acontece nos dias 14 e 15 de outubro na Concha Acústica, com ingressos gratuitos

Sentado, o autor Elísio Lopes, e o elenco do musical - Foto | Caio Lino
Sentado, o autor Elísio Lopes, e o elenco do musical - Foto | Caio Lino

Uma história de fé, contada com muito humor, amor e música. É assim que esse espetáculo pretende levar ao público a história dos milagres de Irmã Dulce, e homenageá-la no espetáculo musical ‘A Peleja da Santa Dulce dos Pobres’, nos dias 14 e 15 de outubro, na Concha Acústica de Salvador, às 19h.

O projeto, que tem entrada gratuita, conta, de forma lúdica e fantasiosa, a história dos milagres de Santa Dulce dos Pobres através de uma narrativa com elementos da cultura popular brasileira, sob direção geral de Elísio Lopes Junior, autor da novela ‘Amor Perfeito’, dramaturgia assinada por Fábio Espírito Santo com coreografia de José Carlos Arandiba (Zebrinha).

A Peleja de Santa Dulce dos Pobres é um projeto apresentado pelo Ministério da Cultura através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Parceria com as Obras Sociais Irmã Dulce. Tem o patrocínio do Baianão Móveis e Eletro e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda. Realização Maré Produções Culturais,Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.

Os ingressos podem ser adquiridos pela plataforma Sympla ou na bilheteria do Teatro Castro Alves, a partir do dia 7 de outubro.

Para realização do musical foram abertas inscrições on-line de 8 a 24 de junho, em todo país onde mais de 380 pessoas mandaram seus vídeos com interesse em fazer parte do elenco. Dos inscritos, 100 foram selecionados para as audições que aconteceram de 8 a 10 de julho, avaliando as habilidades de canto, dança e interpretação, onde pudesse ser analisada a conexão dos atores com os 12 personagens da trama.

“A ideia do projeto surgiu em 2019, mas, devido a pandemia, tivemos que adiar contar essa história por três anos. Salvador, cidade da nossa personagem, foi a escolhida para receber a estreia desse musical que pretende circular por outros palcos do Brasil. Queremos resgatar e promover a memória cultural brasileira de forma democrática e acessível a todos”, afirma Fernanda Bezerra, idealizadora e coordenadora do projeto.

Dulce é representada em cena como um personagem brincante, valorizando suas palavras de fé e força. A interpretação dessa personagem ficará por conta da atriz, cantora e compositora baiana Ana Barroso. No elenco, de doze atores, há um encontro de gerações, atores bastante experientes do teatro baiano como Diogo Lopes Filho, Evelin Buchegger, Beto Mettig, junto com novos talentos da cena como Amós Heber, Andrezza Santos, Tariq, Walerie Gondim, Daniel Farias, Luisa Muricy, e os paulistas Fernanda Ventura e Ofalowo, também estão no elenco.

“Sem dúvidas é um papel especial porque Dulce é uma existência muito maior do que essa que a gente já ouviu falar. A gente tem o costume de legitimar nossas dores, nossas lamúrias. Dulce não se conformava. Ela estava ali, cara a cara com o outro, a doença, a miséria, dia e noite, tentando dialogar com todas as barreiras enormes que tinha em seu tempo, sendo mulher. Era mesmo uma missão. Ela era diferente. Cantei pra Dulce há uns 5 anos atrás, ela sempre esteve em meu altar e orações. Gosto de manter essa comunicação entre mundos quando preciso de uma forcinha. É massa poder contar com ela. Que a gente consiga compensar a beleza de sua presença, ainda hoje, em tantas vidas”, comemora Ana Barroso.

Canonizada no ano de 2019 como a primeira santa nascida na Bahia, mais precisamente em Salvador, Irmã Dulce tornou-se exemplo por meio da sua dedicação e apoio aos indivíduos vulneráveis e do seu trabalho missionário. Mas apesar disso, poucas pessoas conhecem a história real dos milagres que foram reconhecidos pelo Vaticano e que fizeram de Irmã Dulce uma santa. E para narrar essa história, foi escolhida a linguagem de peleja popular, misturando a linguagem de cordel com a estética dos espetáculos musicais. No enredo, Santa Dulce se vê diante de um desafio contra o tempo, enfrentando diversas exigências e requisições impostas por um representante da burocracia e do ceticismo do mundo contemporâneo, que reluta em concedê-la o título de Santa.

O espetáculo, que explora a nordestinidade, tem a intenção de levar a história dos milagres de Santa Dulce para todo o povo brasileiro, através de uma narrativa leve, com tons de humor um sotaque bem nordestino em todos os elementos cênicos, populares e presentes nos autos nordestinos. Tudo isso com o elenco e a banda executando ao vivo canções de Gilberto Gil como base para a trama.

O dramaturgo, roteirista do longa de Lázaro Ramos “Medida Provisória” e de “Ó paí ó 2”, co-autor da novela “Amor Perfeito”, Elísio Lopes Jr, conta que o musical traz diversos elementos que apresentam Dulce através da regionalidade, com a intenção de que o país conheça a Santa baiana.

“Trouxemos elementos que transmitem a história dos milagres de Santa Dulce e essa conexão com o lugar de onde ela veio. O altar onde acontecerá a trama traz a representação de um altar de palafitas, que era onde ela fazia as suas primeiras pregações para as pessoas. Quando Irmã Dulce foi santificada a canção de Gil marcou esse momento, e trazemos isso como ponto importante de identificação com essa santa baiana, além também da narração em cordel. Dulce foi uma mulher que lutou por condições melhores de vida para as pessoas, e o espetáculo trazi sso através da musicalidade, dos elementos, de uma Dulce nordestina cheia de luminosidade.”

‘A Peleja da Santa Dulce dos Pobres’ foi pensado como um espetáculo para toda a família, através de uma linguagem contemporânea pensada para diversos públicos, que independente da idade ou crença, encontrassem no diálogo do texto, imagem e música, a mensagem que quer ser passada e se identificassem através do lúdico encenado.

“O espetáculo dialoga com a plateia e traz questionamentos sobre a importância de ter fé, e não só na religião, mas no outro. A ideia foi apresentar elementos atuais do cotidiano que trazem esse questionamento através do lúdico, para que não só a avó se identificasse, mas o neto também conseguisse compreender o que a história quer transmitir e a importância de acreditar em si e nas pessoas”, finaliza Elísio.

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