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Passaporte carimbado

Istambul surpreende o visitante pela história e as belezas de suas construções e artes milenares

A região já foi batizada de Bizâncio e Constantinopla. Foi invadida por bizantinos, ortomanos, romanos e gregos. Também serviu de ponto estratégico durante as Cruzadas. Há quase 3 mil anos, diversas batalhas foram travadas ali e muito sangue escorreu pelas ruas de Istambul, a maior cidade da Turquia – e a quinta do mundo.  Mas isso faz parte do passado. Agora, tulipas e flores coloridas embelezam as vias da única cidade que tem a área em dois continentes: Europa e Ásia.

Ao chegar em Istambul, o visitante já se depara com a história. Grande parte do muro que servia para cerca-la quando ainda era Constantinopla, a capital romana e do catolicismo em 330 d.C., continua visível.

A religião muçulmana também está presente nas mesquitas espalhadas por toda a cidade, e nos seus minaretes pontudos, que se destacam da paisagem tradicional de casas e prédios, apontando para o céu. Tudo isso deixa Istambul com uma paisagem peculiar, e formidável. Não é à toa que já foi cenário da novela “Salve Jorge”, de Glória Perez, e de filmes como “007 – Operação Skyfall” e “Inferno”, com Tom Hanks.

Tudo é colorido em Istambul. Os mosaicos das mais variadas épocas impressionam pela perfeição e variedade de cores. Dificilmente você verá um mosaico de azulejos igual ao outro. No Bazar Egípcio, também conhecido como das Especiarias, condimentos dos mais variados como açafrão, canela, orégano, menta e dezenas de tipos de pimentas  colorem o ambiente, além de aromatizar o ambiente. A visita ao local é obrigatório para os chefs de cozinha, ou até mesmo os cozinheiros de fim de semana.

Já o Grande Bazar, maior e mais antigo mercado coberto do mundo, é um festival de cores com objetos de cerâmica, luminárias e tapetes pelas 60 ruas que fazem parte do local, em mais de duas mil lojas. Há também dezenas de joalherias com joias em ouro expostas na vitrine, dando um brilho diferente ao local. É entrar e ficar o dia inteiro, correndo o risco de dar mais uma última passadinha para comprar mais lembranças antes de ir embora.

E não se assuste ao ouvir em um português com sotaque: “Brasileiro? Venha cá, é baratinho” ou “Faço preço especial”. Com o crescimento de brasileiros que visitam o local, o nosso idioma passou a ser importante, principalmente para conquistar o cliente e vender. Uma peculiaridade do Grande Bazar é que 99% dos vendedores são homens.

Aliás, vê-se poucas mulheres em toda Istambul, principalmente trabalhando no comércio. Nas ruas, as nativas são facilmente identificadas. As mais jovens usam hijabs, espécie de lenço que esconde os cabelos, bem descolados, com cores e apetrechos. Poucas usam o niqab, vestimenta que deixa visível apenas os olhos e é mais utilizada pelas mais velhas.

Evitar usar roupas decotadas e curtas é um dos cuidados que as turistas devem ter. Mesmo mais “comportada” e acompanhada, não vai fugir dos olhares do turcos, que podem até falar uma gracinha inofensiva – e aqui voltam a usar nosso idioma. Se você for ou tiver um namorado mais esquentado, é melhor não ir ou então levar tudo na esportiva.

Religião aflorada

Como toda cidade muçulmana, as orações das mesquitas servem como trilha sonora do local. Em qualquer lugar que você esteja, nas cinco vezes que o muçulmano precisa rezar, alto-falantes nas torres das mesquitas anunciam o horário. E dezenas de homens correm pelas ruas para se juntar ao grupo para participar do ritual.

Torneiras do lado de fora servem para eles lavarem os pés e se purificarem antes da oração. Nesses horários, o turista não pode visitar o local, em respeito aos que estão rezando. Quando a visita é liberada, deve-se entrar na mesquita descalço, com as pernas e os cabelos – no caso das mulheres – cobertos. Na entrada há panos para os turistas entrarem e se cobrirem.

Economia no transporte

Muitos locais ficam próximos e é possível visitá-los a pé, com exceção do Chora Museu, antiga igreja Bizantina construída no século XI, que possui afrescos e mosaicos fantásticos. Para chegar até o local, é necessário pegar dois metrôs e ainda andar uns 15 minutos.

A Aya Sofia e a Mesquita Azul , dois dos mais visitados pontos de Istambul, ficam frente a frente. As duas majestosas construções chamam a atenção dos turistas. A primeira, foi construída pelo Império Bizantino no século VI  para ser a catedral de Constantinopla. Hoje em dia é um museu e é necessário pagar para entrar. Já a segunda, erguida a mando do sultão Ahmed I no século XVII, serviu para mostrar o poder muçulmano,  por isso, rivaliza, em tamanho, com a ex-catedral. Como é um local religioso, o acesso é gratuito.

Ao lado da Mesquita Azul, onde está o antigo hipódromo, o visitante vai se encantar pelo Obelisco de Teodósio. O monumento, construído originalmente na cidade egípcia de Luxor, no século XV a.C., foi levada para Istambul por Constantino.  A qualidade da obra é tamanha que, mesmo após mais de 2.600 anos, a cor e as inscrições parecem terem sido feitas em pleno século XX. Isso mostra como os turcos cuidam de seus monumentos.

Relíquias religiosas

O palácio Topkapi é fantástico. O visitante vai precisar de um dia inteiro para visitar o local e ver como os sultões viviam com suas esposas, concubinas e odaliscas nos haréns. No museu do palácio, estão expostos fios da barba de Maomé e o cajado com o qual Moisés teria aberto o mar vermelho. Os fiéis ficam horas olhando para estes artefatos sagrados, e um segurança volta e meia aparece para acelerar a fila. As armas de guerra expostas, e usadas há mais de 400 anos, são cravejadas de pedras preciosas das mais variadas cores.

O harém, local que chegava a abrigar mil mulheres, possui salas onde elas se reuniam e passavam o dia a espera do sultão, que escolhia uma das sortudas para passar a noite. Quem organizava o lugar era a mãe do sultão e, às vezes,indicava uma das moças do lugar para dormir no quarto “imperial” . Apesar de ter sido construído no século XV, os móveis e estofados ainda estão perfeitamente conservados.

Para visitar os locais turísticos, o ideal é comprar o Museum Pass Istambul, que permite ao turista entrar, em até 72 horas, nos principais museus da cidade: Chora Museu, Aya Sofia, Topkapi Palace e Harém, Museu Arqueológico de Istambul, Museu do Mosaico e o Museu de Artes Turcas e Islâmicas.

Com todas essas atrações e a beleza da cidade, não há como não se apaixonar por Istambul e fazer o possível para voltar lá de novo, desta vez, apenas para passear pelos bairros históricos ou comer um apetitoso quebab em um restaurante tendo como vista a imponente Mesquita Azul.

É o lugar ideal para visitar pós-pandemia.

Fotos | Bruno Porciuncula

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