Com os celulares podendo filmar e fotografar tudo a qualquer hora e lugar, o ofício do jornalismo vai se banalizando por tantos olhares. Entre o registro e a reportagem, porém, existe um importante diferencial: a contação de histórias.
E é a partir dela que surgem os grandes jornalistas. Em histórias das histórias que contei, Vinícius Dônola revisita algumas das narrativas mais marcantes de sua carreira, contando os bastidores de uma seleção de matérias que ilustram perfeitamente o fazer jornalístico.
Há mais de 30 anos à frente das câmeras, ele é rosto e voz familiar para o grande público. Suas mais de mil reportagens, mundo a fora e Brasil a dentro, foram transmitidas pela Manchete, pela Rede Globo e pela Record. De dentro de uma solitária em Bangu 1 ao cume do Mont Blanc, passando pelos confins da Antártida ou pelos embrenhados da Amazônia, Dônola entrevistou políticos, torturadores, anônimos e profissionais das mais vastas especialidades. Anos depois dessa montanha-russa de acontecimentos, ele decidiu embarcar num novo desafio em seu ano sabático: traduzir em palavras tudo que foi gravado e, principalmente, tudo que ficou por trás das câmeras.
No livro, ele relembra casos marcantes, como a premiada denúncia da execução de um fugitivo pela polícia, à luz do dia, em frente a um movimentado shopping do Rio de Janeiro na década de 1990. Ou quando, ao se debruçar sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, descobriu que a arma utilizada no crime era diferente da considerada inicialmente pela investigação.
Dônola, que dedica a obra a todos os cinegrafistas que o acompanharam, narra sua jornada com detalhes que transportam o leitor para o momento do acontecido, fazendo de cada um de nós mais um integrante no front de notícias.