Por: Bruno Porciuncula
O terror voltou à moda em Hollywood. E quem ganha com isso é o público, que pode ver cada vez mais produtos de qualidade como “Hereditário”, que estreou nos cinemas de Salvador.
Escrito e dirigido pelo estreante em longas Ari Aster, “Hereditário” chega sob a chancela do Festival de Sundance, onde foi ovacionado, sendo até comparado à “O Exorcista” (menos, pessoal, menos).
A trama aborda a história da família Graham. Annie (a sempre excelente Toni Colete) se sente culpada por não sofrer com a morte da mãe, uma reclusa senhora.
Enquanto faz miniaturas – muitas assustadoras e que mostram cenas da própria família (a montagem o filme é excelente) – tenta consolar a filha Charlie (a revelação Milly Shapiro), a única que realmente se importa com a morte da avó. Quando uma tragédia acontece, as coisas mudam e alteram a vida de toda a família, incluindo o filho Peter (Alex Wolff) e o pai Steve (Gabriel Byrne).
Se você é fã de filmes de terror com sustos a todo momento e ação desenfreada, “Hereditário” não é indicado. “Hereditário” está mais para o estilo de “A Bruxa”, sucesso de 2015. Ari Aster consegue montar todo um clima de tensão de forma vagarosa – e isso não é demérito, pelo contrário.
Dessa forma, ele consegue envolver o espectador nos problemas daquela família, e o sucesso se deve muito aos atores, que estão excelentes, incluindo a atriz Ann Dowd, a Tia Lydia da série “The Handmaid´s Tale”. O roteiro também é um trunfo, já que traz diálogos fortes e uma trama bem amarrada.
“Hereditário” é o típico filme que não se pode falar muito, sob o risco de entregar pontos da trama. E, apesar do final um pouco frustrante, vale a pena porque consegue entreter e amedrontar de forma eficaz.