Sempre me perguntei porque, ao contrário de outros grandes nomes do show business, a figura de Elvis Presley não era tão popular quanto deveria em outros países fora dos Estados Unidos – afinal, não e comum vermos figuras de Elvis ao redor do mundo -, apesar de sua voz inigualável e a forma como revolucionou o rock. O motivo é explicado na cinebiografia “Elvis”, que chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho.
No filme, a carreira do astro é relembrada desde o início, quando se apaixonou pelo rhythm and blues ao morar em um bairro negro, até a sua morte. Com um detalhe: tudo é narrado sob a ótica do empresário “coronel” Tom Parker (interpretado por Tom Hanks), o homem responsável por Elvis ser quem foi – tanto para o bem quanto para o mal.
Com direção de Baz Luhrmann (“Moulin Rouge”, “O Grande Gatsby”), “Elvis” é um espetáculo visual, além de musical. A montagem é ágil e frenética, misturando elementos e formatos, fazendo com que as 2h40 de filme pareçam bem menos – algo bem parecido que foi feito em “Moulin Rouge”, mas sem os números musicais. O diretor – que também foi um dos roteiristas – foi esperto ao não colocar grandes números musicais durante a obra. Apenas alguns trechos das músicas são cantadas pelo “rei do Rock”, e todas no contexto de shows ou apresentações na televisão.
Quem brilha é o ator Austin Butler (“Era uma vez em Hollywood”). Ele praticamente encarna o cantor Elvis Presley e há momentos em que parece que vemos o próprio sendo filmado, não alguém interpretando ele. Seja nos trejeitos, seja na forma de falar e, principalmente, na requebrada, que era considerada imoral na época. Importante ressaltar que é ele quem canta as músicas quando Elvis é jovem. Já Tom Hanks mantém a qualidade alta de suas atuações, basicamente interpretando pela primeira vez um vilão propriamente dito.
Como o filme é o olhar do empresário sobre Elvis, o enfoque da trama é basicamente na carreira do cantor, que vivia o que hoje em dia chamamos de relação tóxica com Tom Parker. O relacionamento dele com Priscila Presley é mostrado de forma simplória. A única relação familiar mais presente é entre ele e a mãe, mas, mesmo assim, rapidamente acaba.
Então, quem espera ver mais da vida pessoal do cantor/ator, pode se frustrar (acho difícil porque o filme é excelente, mas…). Tem momentos que são mostrados, como uma prática dele de atirar na televisão quando se incomodava com algo que passava na tela, mas deixam de fora os outros excessos do cantor.
“Elvis” é impactante o suficiente para atrair a atenção até de quem não conhece muito sobre o cantor.
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