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Exposição

Farol Santander São Paulo valoriza a cultura afro-brasileira com exposição do baiano Emanoel Araújo

Mostra homenageia a potência criativa e a trajetória de um dos mais importantes artistas baiano e gestores da arte brasileira

Foto | Divulgação

O Farol Santander São Paulo está exibindo a exposição Emanoel Araujo – embates construtivos, que ocupa a galeria do 24º andar do centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia. Sob a curadoria de Fábio Magalhães, expografia de Haron Cohen e produção da arte3, a mostra reúne mais de 70 obras, incluindo trabalhos nunca antes exibidos, provenientes de acervos institucionais e coleções particulares, incluindo a Coleção Santander Brasil. A proposta curatorial revisita a produção multifacetada de um artista que foi também curador, gestor, pesquisador e uma das vozes mais relevantes na valorização da arte e memória afro-brasileira. Apresentada pelo Ministério da Cultura com patrocínio do Santander Brasil, a exposição fica em exibição até 22 de fevereiro de 2026 (domingo).

Uma exposição de cores fortes, texturas e ênfase nas formas geométricas revela como Emanoel Araujo explorou a presença da herança africana na cultura brasileira, aproximando-se gradualmente das vertentes construtivas e reduzindo as formas a estruturas primárias. Em diálogo com matrizes africanas e com o legado do modernismo, sua obra alcança uma linguagem própria, marcada por rigor formal, lirismo e ancestralidade.

“É com grande alegria que o Santander, em parceria com o Ministério da Cultura, homenageia com essa exposição uma personalidade que foi atuante como artista e fomentador da cultura nacional, estando à frente de instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu Afro-Brasileiro”.; comenta Bibiana Berg, Head Sênior de Experiências, Cultura e Impacto Social Santander

As esculturas, gravuras, relevos e pinturas reunidos no Farol Santander São Paulo evidenciam a maneira como o artista combinou abstração geométrica e simbologia afro-brasileira, criando um vocabulário visual em que o ritmo, o volume e a cor adquirem significados espirituais e poéticos.

Entre os destaques das obras, para além dos trabalhos inéditos, está uma escultura (sem título) pertencente à Coleção Santander Brasil e desenvolvida por Araujo em madeira policromada, na década de 1990. Junto a ela, a clássica escultura intitulada “Homenagem à Louise Nevelson” (1998), composta por quatro painéis em acrílica sobre aglomerado e compensado. A obra de grandes dimensões pertence ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

A série de esculturas em madeira intitulada “Navio”, composta por quatro obras, representa a fase final e contemporânea do trabalho do artista. Já o conjunto de gravuras “Bahia”, contemplam o primeiro período das criações de Emanoel Araujo, entre as décadas de 1960 e 1970, buscando sempre evidenciar e protagonizar as memórias de suas origens.

“Sua linguagem, descrita por Jorge Amado como “lúdica e popular”, evocava os ritmos da capoeira e as festividades religiosas da Bahia. Ao incorporar referências da ancestralidade africana ao vocabulário construtivo, Emanoel abriu novos caminhos para a arte brasileira, dialogando com nomes como Rubem Valentim e consolidando uma poética de grande coerência e força simbólica”; analisa o curador Fábio Magalhães.

De Santo Amaro para o mundo

Nascido em 1940, em Santo Amaro da Purificação (BA), Emanoel Araujo iniciou sua carreira nos anos 1960, no cenário cultural efervescente de Salvador. Ilustrou livros, produziu cartazes teatrais e participou de projetos ao lado de Lina Bo Bardi, como a exposição Civilização do Nordeste no Museu de Arte Popular do Unhão.

Ainda jovem, destacou-se como gravador e ilustrador, atento às tradições populares e à memória afrodescendente. Na década de 1970, rompeu com a figuração e desenvolveu sua própria abordagem da abstração geométrica, criando as chamadas “gravuras de armar” — composições móveis e interativas que antecipavam sua preocupação com a tridimensionalidade e com a participação do público.

Ao longo de mais de seis décadas de trajetória, Emanoel Araujo foi também curador, diretor de museus e gestor cultural. Dirigiu o Museu de Arte da Bahia (1981–1983), a Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992–2001) e fundou, em 2004, o Museu Afro Brasil, no Parque do Ibirapuera — hoje rebatizado Museu Afro Brasil Emanoel Araujo em sua homenagem.

Participou de exposições internacionais e realizou obras monumentais para espaços públicos, sempre com uma visão integrada entre arte, memória e identidade. Sua produção reflete a busca por um Brasil plural, construído pela confluência de culturas e histórias.

Entre os marcos de sua trajetória estão a participação na IX Bienal de São Paulo (1967), a Medalha de Ouro na Bienal de Arte Gráfica de Florença (1972), e mostras em instituições como o MASP, o MAM-SP, o Instituto Tomie Ohtake, a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) e o Museu Bärengasse de Zurique.

Emanoel Araujo – embates construtivos

Período: 7 de novembro de 2025 a 22 de fevereiro de 2026
Local: Farol Santander São Paulo – Galeria do 24º andar
Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro, São Paulo/SP
Funcionamento: Terça a domingo, das 9h às 20h
Ingressos: R$ 45,00 (inteira) / R$ 22,50 (meia) – disponíveis pelo site farolsantandersaopaulo.com.br e na bilheteria local.

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