Líderes de alguns dos principais hospitais da Bahia se reuniram no fim de semana para debater o uso da inteligência artificial na gestão operacional, em especial no ciclo de receita. Somente no ano passado, os hospitais brasileiros tiveram R$5,8 bilhões retidos pelas operadoras, segundo a Associação Nacional dos Hospitais Privados. Embora parte desses valores seja recuperada após demorados recursos, a perda e o atraso estrangulam o caixa das instituições, inibem investimentos e prejudicam o atendimento.
Preocupados com esta erosão financeira, líderes dos hospitais SIM, Irecê, Santa Casa, Hospital Português, Santo Amaro (Fundação José Silveira) e Incar se encontraram em Salvador para buscar soluções e conhecer o modelo da Rivio, empresa de inteligência artificial que está transformando o ciclo da receita de mais de 30 dos principais hospitais brasileiros.
O fim da glosa
Henrique Azevedo e Rafael Elustondo, anfitriões do evento, mostraram por que a Rivio propõe o fim da glosa e do subfaturamento. A glosa ocorre quando uma operadora não reembolsa o hospital pelos serviços prestados aos segurados por identificar descumprimento de regras contratuais, ausência de documentos ou falhas administrativas.
“Além de automatizar o faturamento hospitalar com agentes de IA, oferecemos uma garantia contratual de performance: 100% dos atendimentos serão recebidos e as glosas serão eliminadas”, disse Azevedo. “Essa cláusula elimina o receio de terceirizar o processo. Se a Rivio não eliminar as glosas, o prejuízo é nosso, e não mais do hospital”, explicou.
A IA não falha
O novo processo rompe com a prática comum do setor, em que fornecedores oferecem sistemas ou ferramentas de checagem automática que apenas reduzem parte do risco, mas mantêm a responsabilidade financeira com os hospitais. A plataforma da Rivio acompanha todo o ciclo de receita, da auditoria ao recurso de glosa.
Os agentes de IA verificam autorizações, conferem regras contratuais, ajustam codificações e evitam perdas por subfaturamento — que ocorrem quando medicamentos, insumos ou procedimentos deixam de ser registrados e cobrados. “Quando chegam os agentes de IA, os profissionais do hospital passam a supervisionar com estratégia e deixam de executar procedimentos manuais em que a falha humana é inevitável”, comparou Elustondo. “Por isso podemos garantir 100%”.
Implantação no Incar
O modelo já está em implantação no Incar, conforme testemunhou no encontro o médico Arthur Gonzalez, fundador e diretor executivo do hospital referência localizado em Santo Antônio de Jesus. “É muito importante a gente sempre pensar em como automatizar os processos e fazer da tecnologia nossa aliada no ciclo do faturamento”, diz Gonzalez. O Incar já utiliza a solução da Rivio no pós faturamento e iniciou a integração da IA na auditoria de contas.