Parece que esse é o ano de Stephen King nos cinemas. Depois da adaptação de A Longa Marcha: Caminhe ou Morra, chega aos cinemas O Sobrevivente, também baseado na obra de Richard Bachman (pseudônimo usado por King nos seus primeiros livros).
E as semelhanças não param por aí. Enquanto que em A Longa Marcha: Caminhe ou Morra, de 50 jovens, apenas um sobreviveria, em O Sobrevivente, de três, nenhum deveria sobreviver – mas, claro que nosso herói vai mudar isso. Em um mundo distópico (tenho dúvidas se é tão distópico assim), as pessoas participam de realities shows para ganhar dinheiro. O que dá a maior recompensa é O Sobrevivente, no qual três pessoas devem sobreviver 30 dias para ganhar o prêmio máximo. O problema é que existem caçadores atrás deles e se alguém da população indicar onde ele está, ganha recompensa também. Ou seja, serão perseguidos sempre.
Isso nos leva ao nosso herói, Ben Richards (o queridinho e carismático Glen Powell), que é um dos pobres do lugar. E, sem dinheiro para os remédios da filha doente, resolve se inscrever para ter recursos suficientes para levar a família para o lado rico da cidade.
O Sobrevivente já ganhou uma adaptação em 1987, com Arnold Schwarzenegger como protagonista. Você lembra? Provavelmente, não. Porque, apesar de ser um bom filme – melhor que esse remake -, não é muito lembrado na filmografia do ator.
Essa nova adaptação será muito menos lembrada na filmografia de Powell. E até do diretor, o excelente Edgar Wright. Aqui, mantém seu alto padrão de qualidade na trilha sonora e nas edições bacaninhas. E só. O roteiro é completamente equivocado, não entregando nem um filme de ação competente, nem uma obra de ficção científica eficaz. Falha em tudo que tenta. Ainda mais com personagens completamente rasos – como os outros dois participantes do reality, que, claramente, vão morrer em segundos. Isso, sem contar que o cara precisa se esconder e o primeiro lugar para onde ele viaja é NOVA YORK.
O que salva o longa do desastre total são os atores. Além de Glen Powell, o ator Colman Domingo rouba o show como o apresentador do programa. Josh Brolin também entrega tudo como o dono da Rede, que comanda tudo da comunicação nesse mundo distópico. Há ainda aparições rápidas de Michael Cera e William H. Macy.
Com um assunto bem atual em voga, como uso de fake news e IA para alterar a realidade, O Sobrevivente peca por parecer um filme de ação genérico ruim feito nos anos 80. Não há nada de memorável nele, tornando-o o pior longa da ótima carreira de Edgar Wright.
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