Depois de percorrer diferentes cidades brasileiras, a exposição Bancos Indígenas do Brasil: Rituais chega a Salvador com uma seleção inédita de peças da Coleção BEĨ. A mostra reúne 100 bancos de 39 etnias indígenas, esculpidos com diferentes finalidades cerimoniais e cotidianas, revelando a diversidade estética, simbólica e espiritual da arte dos povos originários. A abertura acontece no dia 18 de julho, às 18h, no Museu de Arte da Bahia, com bate-papo entre os curadores e o artista Milton Galibis Nunes, da etnia Galibi Marworno. A visitação é gratuita e segue até 28 de setembro.
Mais que objetos de uso, os bancos indígenas são expressões de pertencimento e conexão com o mundo espiritual. Presente em rituais de cura, festas de colheita, cerimônias de iniciação e homenagens aos mortos, cada peça carrega traços do cotidiano e da cosmologia das comunidades. Há bancos individuais, como os do cacique e do pajé, figuras de liderança política e espiritual nas aldeias, e também exemplares coletivos, como os bancos de seis metros produzidos pelos Galibi Marworno para o ritual do Turé, capazes de acomodar até quinze pessoas em uma celebração xamânica.
Três eixos
A curadoria, assinada por Marisa Moreira Salles, Tomas Alvim e Danilo Garcia, propõe uma leitura a partir de três eixos principais: espiritualidade e cura, iniciação e passagem, contos e mitos, oferecendo ao público novos olhares sobre a produção artística indígena no Brasil. A exposição evidencia a sofisticação formal e simbólica dessas peças, tradicionalmente vistas apenas como utilitárias, e reforça a potência cultural das narrativas que as originam.
Além da exposição, o projeto prevê a realização de 16 oficinas de arte-educação voltadas a alunos da rede pública, aprofundando o contato com as tradições indígenas e ampliando a dimensão formativa da iniciativa. A mostra também conta com imagens e vídeos da coleção Beī feitos pelo fotógrafo Rafael Costa, que registram a produção dos bancos das etnias: Mehinaku (Território Indígena do Xingu) e Ticuna (Amazônia).
SERVIÇO
Exposição: Bancos Indígenas do Brasil – Rituais
Entrada gratuita
Abertura:
18 de julho de 2025, às 18h
Com bate-papo entre os curadores e o artista Milton Galibis Nunes
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