Por mais de cinco décadas, João Bosco tem desenhado com voz, violão e invenção uma das obras mais singulares da música brasileira. No último ano, esse percurso ganhou mais um capítulo marcante: o lançamento do álbum Boca Cheia de Frutas, aclamado pela crítica como um dos trabalhos mais importantes do ano. Agora, o universo criativo de João Bosco desabrocha nos palcos mais uma vez com um novo espetáculo que chega a Salvador na sexta-feira, 15 de agosto, na Pupileira. Os ingressos ainda não estão à venda, mas assim que estiverem, o leitor do Bahia Social Vip vai ficar sabendo.
No show, João revisita clássicos de sua trajetória — canções que ajudaram a formar a memória afetiva do Brasil — e costura a elas algumas faixas do novo disco. Mas o espetáculo vai além de um simples passeio cronológico. Pensado em três blocos narrativos, o roteiro constrói uma história. Começa em solo simbólico, com “O Canto da Terra por um Fio” e outras canções de fundamento, que reafirmam a ligação visceral do artista com o Brasil profundo. Em seguida, mergulha nas homenagens literárias, abrindo com um poema de Vinicius de Moraes e celebrando as palavras de Aldir Blanc e Antônio Cícero. Por fim, oferece ao público uma sequência arrebatadora de sucessos — da elegância de “Corsário” ao lirismo pungente de “O Bêbado e a Equilibrista”.
João Bosco comenta as inspirações, conceito e roteiro do novo espetáculo. “Um novo show é sempre um reencontro com algumas canções, incluindo as mais recentes, que de alguma maneira se destacaram em minha trajetória junto dos meus parceiros, novos e antigos, ao longo desses mais de cinquenta anos de caminhada. A linha é sempre aquela que as pessoas que acompanham o meu trabalho já identificam, mas há sempre um novo passo. O meu violão, onde eu moro, está sempre comigo tirando os meus pés do chão. É por isso que gosto de explorar os limites das canções como se lhes fosse permitido reexistir. Em meio a essa atmosfera entre canções não tão recentes e canções do álbum recente Boca Cheia de Frutas, eu procuro também reexistir, junto de um quinteto de músicos de imensa capacidade criativa, que possibilitam que essa intenção seja perfeitamente possível”, afirma o artista.
