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Cinema

Crítica – Ainda Estou Aqui

Longa estreia em novembro nos cinemas

Foto | Divulgação

Salvador foi a cidade escolhida para o longa “Ainda Estou Aqui” ser exibido e poder concorrer à lista de finalistas a Melhor Filme Estrangeiro no Oscar. Após ser aclamado no Festival de Veneza, onde ganhou o prêmio de Melhor Roteiro, escrito por Murilo Hause e Heitor Lorega, foi com curiosidade que fui assistir à esse novo filme do diretor Walter Salles, que só estreia oficialmente no Brasil dia 7 de novembro.

A trama se passa no final da década de 70, com a Ditadura Militar mais sanguinária do que nunca, e gira em torno da família de Rubens Paiva (Selton Mello), um político e engenheiro civil que é levado por agentes policiais para prestar depoimento e “desaparece”. Vemos então a luta de Eunice (Fernanda Torres, excepcional!) em ter que educar os cinco filhos e ir em busca de notícias do marido.

O longa é baseado no livro escrito pelo filho de Rubens, o jornalista Marcelo Rubens Paiva. E uma, das inúmeras virtudes de Ainda Estou Aqui, é a força do seu elenco, incluindo os jovens atores Valentina Herszage (Vera), Luiza Kosovski (Eliana), Barbara Luz (Nalu), Cora Mora (Beatriz) e Guilherme Silveira (Marcelo).

Fernanda Torres aqui entrega uma personagem das mais interessantes em sua longa lista de atuações. Eunice, por se tratar de uma personagem real, é cheia de camadas, e consegue mostrar força quando quer respostas sobre a localização do marido, ao mesmo tempo que é ternura pura na relação com os filhos, para tentar dar uma esperança a eles e deixá-los ignorantes sobre o que está acontecendo – claramente para não machucá-los.

O premiado roteiro também é forte, mostrando como era a – péssima – época da Ditadura Militar no Brasil fugindo do clichê, mas de forma crua, revelando o dia a dia de uma cidade tomada por militares. O roteirista Marcelo Hause já havia demonstrado toda a sua sensibilidade em A Vida Invisível. É angustiante ver Eunice sendo interrogada em um quartel, enquanto ouvimos gritos de pessoas sendo torturadas – lembrando muito o excelente Zona de Interesse, que aborda o Holocausto.

Já Walter Salles continua em excelente forma. Sua sensibilidade na direção e o domínio que tem nos atores salta aos olhos. Parece que estamos assistindo à um documentário e somos um espectador inserido dentro da casa, acompanhando como um amigo toda aquela angústia familiar. A montagem também acerta ao recorrer, em alguns momentos, a gravações em Super8 da família, nos colocando ainda mais íntimos deles, sofrendo junto e acompanhando o dia a dia das ruas cariocas. A ambientação da época, por sinal, é outro acerto do longa.

Ainda Estou Aqui é a mais nova obra-prima do cinema nacional por conseguir ser espetacular em tudo. Ainda conta com a participação mais do que especial de Fernanda Montenegro. Em pouco mais de 5 minutos em que aparece, sem precisar dizer nada, dá um show de interpretação, como sempre, e mostra porque é uma deusa da atuação.

E depois de Fernanda Montenegro ter sido indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo maravilhoso Central do Brasil, também de Salles, parece que agora é a vez da filha ser indicada e, quem sabe, ganhar e reparar o erro histórico que foi a derrota de Montenegro para Gwyneth Paltrow em 1999.

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