Voz e violão. É assim que o cantor e compositor Péri (@periandro), artista, músico, produtor e poeta baiano de Salvador, radicado em São Paulo desde 1991, e à frente do estúdio, produtora e selo musical Baticum Music (@baticum.music) há mais de duas décadas, apresenta o Volume 3 de Canções Flutuantes, seu 13º álbum.
O projeto tem ao todo quatro volumes, cada um com lançamento independente, compondo uma breve, mas autêntica antologia da sua obra. Vale lembrar que o título do álbum tem inspiração na coletânea clássica do poeta baiano Castro Alves, intitulada “Espumas Flutuantes”, e também no livro da poeta russa Marina Tsvetáieva, “Indícios Flutuantes”.
Neste Vol. 3, Péri nos presenteia com sentimentos que flutuam em todas as direções em cinco canções autorais (Dedo de Deus, Farinha, Meu Cafuá, Camomila e Imaculada Oração) e em outras cinco preciosas parcerias (Oxum e Minha Prosa, com Ricardo Valverde; Baião de Amor, com Julio Valverde; Gangorra de Dois, com Ariston; e Gamela, com Diogo Ramos e Daniel Russo). Com releituras e também com obras inéditas, o novo trabalho do premiado e talentoso artista chega a todas as plataforma digitais no dia 19/07: Spotify, Deezer, Apple Music, YouTube Music, TIDAL e Amazon.
O álbum faz um resgate da subjetividade de Péri no período em que ele fez uma imersão pessoal em seu estúdio da Baticum, na época da pandemia, quando todos os artistas ficaram isolados em suas mentes criativas. “Sozinho, sem poder contar com ninguém, eu mesmo gravei todas essas canções, que dividi em quatro volumes. Histórias que eu tenho contado em músicas de releituras de outras obras minhas, de álbuns mais antigos, com banda. Mas, desta vez, fiz tudo em voz e violão, como uma expressão mais pessoal de cada canção, como um compositor pensa em princípio, resultando em uma interpretação mais limpa, conceitualmente, sem nenhum acabamento, vamos dizer assim, apenas a voz e o instrumento, mostrando a canção pura”, explica Péri.
No caso particular deste Volume 3, o artista diz revelar vários sentimentos contidos. Tanto as canções que compôs sozinho, como Dedo de Deus, Farinha, Meu Cafuá, Camomila e Imaculada Oração, quanto as parcerias musicais possuem uma forte carga de sentimento pessoal, de como olhar e enxergar o mundo.
“Dedo de Deus e Farinha são músicas mais políticas e remetem à indignação social que não podemos perder com as coisas ruins que acontecem no nosso mundo e na sociedade: a fome, o abuso das coisas, a falta de respeito. Já Meu Cafuá e Camomila são reminiscências do passado da minha infância, das lembranças afetivas e da saudade das coisas boas, sem tristeza, mas pensando em tudo o que vivemos e aprendemos com as lições que tiramos da vida. Imaculada Oração, que é um pedido de paz, resgatei porque o mundo está de novo em guerra…, parece que a gente nunca para de ter guerra e ela tem esse sentimento de harmonia, comunhão, união de todas as religiões para um dia podermos viver sem guerra”, comenta.
O artista ainda traz a música Oxum, uma homenagem ao orixá das águas, em parceria com Ricardo Valverde; Minha Prosa, que ele fez para a cantora Bia Góes, mas quis regravar de uma forma mais pessoal; Baião de Amor, que fala sobre o sentido do amor, assim como Gangorra de Dois e Gamela. “Essas são três expressões mais tipicamente nordestinas, de como a gente fala sobre o amor com o nosso sotaque soteropolitano baiano para o mundo”, explica Péri.
Segundo ele, o Volume 3 de Canções Flutuantes tem todos esses sentimentos, tudo confluindo por meio de uma expressão muito pessoal, gravado praticamente escondido. “Sim, bem escondidinho, solitário no estúdio, mas agora revelando o que eu vivi, senti, relembrei e transmutei naqueles momentos da pandemia”, conclui o artista.