A canção tema da Walt Disney Company diz: “Se o seu coração está no seu sonho, nenhum pedido é grandioso demais quando você faz um desejo a uma estrela como os sonhadores fazem”. Se você tem até 45 anos e já fez um pedido para visitar os parques da Disney, é muito provável que quem ajudou a realizar esse sonho tenha sido Suzana Mamede, da Happy Tour, empresa baiana que mais vende pacotes para Disney no Brasil.
Visitante do complexo Disney pela primeira vez aos 11 anos, Suzana – ou Tia Su, como é chamada pelas 700 jovens que ela leva, em média, para Orlando, onde fica a Walt Disney World, todos os anos – se encantou pelo local. O ano era 73 e o Magic Kingdom e a Disney World tinham sido inaugurados há dois anos.
“Fui por uma operadora que se tornou muito importante para mim, a Stella Barros Turismo. Depois de alguns anos, estava trabalhando lá com Vovó Stella. Foi um encontro maravilho. Um aprendizado, já que ela foi a pioneira nesse tipo de viagem no Brasil”, lembra Suzana. E não só pioneira. Foi a empresa que criou o padrão utilizado até hoje: camisas iguais para o grupo, bandeirinhas e outros elementos que unifica o grupo para evitar que se percam (imagine adolescentes juntos, o que não aprontam!).
Fusão de empresas
Após passar por algumas empresas, Suzana criou a Universal Turismo. Coincidentemente, na mesma época em que Ângela Carvalho estava abrindo a Happy Tour. “No final de 2002, a sociedade na minha empresa não estava dando certo e Ângela queria desistir do turismo. Resolvemos então nos juntar e estamos aí até hoje”, destaca.
Assim, a Happy tem à frente Suzana e Ângela, além de Renato Moreno e Kika Mamede, irmã de Tia Su, que faz a coordenação da Disney. E Suzana continua indo todo ano para Disney. “Em 2025 vai abrir o novo parque Epic, da Universal, e estamos muito animados. Só essa atração deve aumentar o roteiro em dois dias”, afirma.
“Conseguimos fazer algo impressionante aqui na Bahia. O jovem não fala: “Você vai para Disney?”. Ele diz: “Você vai pra Happy?”. Criamos uma experiência Happy, com novos amigos, nova cultura, fazemos eles lidarem com o novo, ter responsabilidade com seu dinheiro, respeitar regras. Fazemos festas maravilhosas, eles amam. É só diversão e cultura”
Suzana Mamede
Quem a vê falando de turismo com tanta naturalidade, logo imaginaria que ela é formada em… turismo. Porém, é um engano. “É incrível, já dei muita palestra para o curso e queria até dar aula em faculdade de Turismo, mas não sou formada, então não pude”, afirma a empresária, que deixou pelo caminho o curso de administração de empresas na Unifacs, já que as constantes viagens a impedia de frequentar as aulas.
A Unifacs não deu o diploma, mas a deixou aflita quando levou o filho de Manoel Barros, fundador da universidade, para a Disney. Ele e o amigo simplesmente sumiram. Aparecem depois de algumas horas. “Eles foram assistir à uma luta de Mike Tyson no Madison Square Garden. Sorte que o embate só durou 3 minutos e eles logo voltaram”, lembra sorrindo. Um dos roteiros da Happy Tour, o de 18 dias, tem a cidade de Nova York incluída em três dias. Já o de 15 dias, só contempla Orlando.
Geração celular
Quando pensamos na “geração celular”, muitos nem imaginam que, ainda exista, entre eles, alguém que queira conhecer a Disney. Mas Suzana desfaz esse mito. “Eles ainda têm a fantasia, ainda buscam os personagens, as atrações, essa magia desse parque, que nos emociona”.
Um dos atrativos, além dos parques, são os convidados dos grupos. Ela já levou o atores Du Moscovis e Thiago Lacerda como atrações, já levou até Durval Lelys para se apresentar lá e, para atender essa geração, leva influenciadores digitais.
Além dos jovens, a Happy Tour leva toda uma gama de profissionais. São, em média, 80, entre guias, supervisores, médicos, equipe de mídia e DJ. “Isso me deixa realizada. Na Disney, sempre vivo uma emoção, pois é o projeto de minha vida”.
Focada no que faz, Suzana está sempre antenada com os jovens, com as pessoas ligadas aos jovens. “Escuto muito pessoas que estão à frente de projetos para jovens. A cada ano a gente vai mudando o roteiro, o conceito, a equipe. É sempre uma novidade. Vamos surfando na onda, porque a cabeça do jovem é incrível”, diz.
Estímulo nas crises
Quando aviões de terroristas explodiram o World Trade Center, em 2001, o mundo ficou assustado. Viagens internacionais caíram drasticamente. E o que fazer para movimentar o mercado? “Criei um pacote para levar senhoras no programa de Hebe Camargo, em São Paulo. E deu muito certo”, diverte-se.
Já durante a pandemia, muitas mães cobravam uma posição para que os filhos viajassem, mesmo com diversos países fechados para estrangeiros. Mas a incansável Suzana encontrou, literalmente, um oásis. “Dubai estava aberto. Comecei a estudar o destino para levar os jovens. Tivemos apoio da Emirates, da cadeia Hilton e de uma operadora local. Nos reuníamos diariamente, já que nunca tinham feito grupos para jovens. Seríamos os pioneiros”, afirma.
O lançamento foi feito em uma premiére no Youtube, com link enviado para os pais, que adoraram a ideia. ” Fomos a primeira do Brasil a sair com grupos para lá. Até concorrentes me ligavam para desejar boa viagem. Foi uma viagem maravilhosa. Fizemos parques, safári no deserto, o maior prédio do mundo e muitos outros passeios. Dessa primeira vez, o passeio foi em junho, quando o calor atinge o pico no país. Agora, ela promove passeios para Dubai em janeiro.
Outra nova rota da Happy Tour é a Missão Europa, com visita a seis cidades em cinco países. “É para o ‘mochileiro chique’. Ficamos no centro de grandes cidades e é uma delícia de viagem”, afirma.
Não sei você, mas adoraria voltar para Disney com a Happy Tour. Já vou preparar as malas!
