Filmes de Drácula existem há anos, quase séculos. Precisaria de alguma criatividade para dar um novo olhar ao famoso personagem. E “Drácula: A Última Viagem do Deméter”, que chega aos cinemas nesta quinta, dá um novo olhar à criatura.
Baseado em um capítulo do ótimo livro “Drácula”, de Bram Stoker, o longa conta a história da jornada do navio cargueiro Deméter, responsável por trazer o Conde Drácula da Romênia até a Inglaterra – sem que sua tripulação saiba, claro! Como o livro é escrito todo ao estilo de cartas, este é o diário de bordo do capitão do navio, o que explica a narração em off com datas e alguns acontecimentos. E já começa pelo fim: com todos mortos e o navio completamente destruído na margem da Inglaterra.
Aí é que já está o grande problema do longa. Já sabemos como o filme termina e que o vilão Drácula não será morto. Mas, se a jornada do Deméter fosse interessante, isso não importaria muito, afinal, sabíamos que o Titanic iria afundar o filme é, ainda assim maravilhoso. O problema é que, a despeito de alguns sustos, “Drácula: A Última Viagem do Deméter”, é cansativo e parece longo em seus 117 minutos.
Corey Hawkins, que interpreta o médico protagonista dr. Clemens, até se esforça, mas quem se destaca é Liam Cunningham, o capitão Eliot. Os demais são subaproveitados, principalmente os atores David Dastmalchian (Esquadrão Suicida) e a atriz Aisling Franciosi (Anna, a única mulher do filme). Na verdade, a gente pouco se importa com a tripulação do navio.
O longa também é muito escuro. Tudo bem que a escuridão ajuda a dar o clima, mas um filme muito escuro, mais atrapalha a visão do que assusta. Nos ataques da criatura, quase não vemos o que acontece. A forma do Drácula, que lembra muito sua versão em Nosferatu, é um acerto da produção, já que ele está enfraquecido durante o trajeto e sua forma animalesca se destaca em vez de sua face de galã.
Queria ter gostado mais de “Drácula: A Última Viagem do Deméter”, mas o longa pouco acrescentou à mística de um dos personagens mais famosos da literatura e do cinema. O filme ainda termina com uma sugestão de continuação (que não parece que irá adiante…).
“Renfield: Dando Sangue Pelo Chefe”, continua sendo o melhor filme de Drácula dos últimos anos.
