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Literatura

A partir do olhar indígena, Cafuzo traz narrativa mítica sobre nascimento da Bahia e do Brasil

Livro, que aborda o surgimento da fé nos caboclos, personagens centrais do 02 de Julho, será lançado nesta quinta-feira

Foto | Darío Guimrães Neto
Foto | Darío Guimrães Neto

Um mergulho na história da Baía de Todos-os-Santos. Em um tempo mítico que percorre as primeiras décadas de fundação da Cidade do Salvador, o indígena Itaúna (“Pedra Negra”) assiste às mudanças na aldeia de Juniparã, os conflitos pelas riquezas da terra e pelas almas disputadas pela cristandade católica.

Essa é a narrativa do livro Cafuzo, que será lançado pelo jornalista Pedro Soledade, no dia 20 de julho, quinta-feira, às 19h, na Livraria LDM do Shopping Bela Vista. A obra dialoga com as celebrações do bicentenário da Independência da Bahia, comemorado em 2 de julho, ao retratar o nascimento da fé nos caboclos, figuras centrais das religiões afro-indígenas e da festa cívica do estado.

“O livro nasceu nos tempos difíceis da pandemia, tempos também de muitos ataques aos povos originários do Brasil e à cultura de uma forma geral, especialmente afro-indígena. Relembrar as nossas origens com olhar de protagonismo para os povos originários, também para as contribuições de pessoas LGBTQIAP+ e PCDs, por exemplo, é urgente e uma forma de demarcar que esta luta é travada pelo nosso povo desde o início do processo colonial”, afirma o autor sobre a obra publicada em 2023 pela editora Urutau, a partir de uma chamada para autores baianos.

Pedro Soledade acrescenta que Cafuzo é ainda uma forma de reverenciar os Caboclos e Encantados, da forma como aprendeu a cultuá-los. “Sempre me perguntei como foi que se deu essa fusão do sagrado indígena com o africano, que hoje é vivido pela nossa gente cada vez que um ‘Santo’ vem em terra orientar, curar, dançar e dar suas pérolas. Essa é uma manifestação mágica que garantiu a sobrevivência da ancestralidade africana e indígena até os dias atuais e se mistura com a o sentimento de civismo baiano, quando, no 2 de julho, as pessoas pedem e agradecem aos caboclos no desfile. A história da Bahia tem isso de mágico e genuíno, a despeito de tantas problemáticas no processo”, reflete.

Sobre a contribuição histórica da obra, Soledade afirma que o livro perpassa por muitas dificuldades. “A primeira delas é que a nossa história, como é ensinada, não dá conta da dor que está entranhada na formação da nossa gente. A segunda dificuldade é que as culturas indígenas e africanas sofrem tantos apagamentos no Brasil, por racismo e intolerância, que seus ‘mitos’, valores e crenças sequer são tratados devidamente nas escolas ou difundidos da forma merecida. Espero que Cafuzo possa acender uma pequena luz nestas páginas da nossa história, instigar a curiosidade, levar à reflexão sobre este silenciamento, dando voz a personagens indígenas, negras, mulheres, LGBTs, PCDs”, finaliza.

Pedro Soledade é soteropolitano, tem 36 anos, e atua há mais de 11 com assessoria de imprensa e Jornalismo focado em empreendedorismo e pequenos negócios. Nasceu em Salvador e cresceu em Brasília. A trajetória do jornalista se dividiu entre esses dois importantes cenários da vida social, política e cultural do país, o que marca seu interesse por esses temas.

Serviço

Lançamento do Livro Cafuzo

Agenda: 20.07 – quinta-feira, às 19h

Local: Livraria LDM – Shopping Bela Vista

Valor: R$ 77

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