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Crítica – Tic-Tac: A Maternidade do Mal

Longa-metragem de estreia da diretora Alexis Jacknow, Tic-Tac: A Maternidade do Mal parte de ideias interessantes ao construir um terror sobre a pressão social sobre as mulheres em relação a maternidade e os horrores que emergem de tentar se conformar a essas exigências. A questão é que essa produção do Star Plus insere tantas ideias que não tem tempo para desenvolvê-las a contento.

Ella (Dianna Agron) é uma mulher bem sucedida, mas que não deseja ter filhos. Com o seu aniversário de 37 anos se aproximando, vendo as amigas todas terem filhos e com indiretas (ou diretas) do pai sobre a necessidade de ter filhos, a protagonista sente que talvez tenha algo errado consigo. É aí que ela descobre um tratamento experimental sendo testado pela doutora Simmons (Melora Hardin), que visa “consertar” o relógio biológico quebrado de mulheres como Ella, lhes devolvendo o desejo de ser mãe. A terapia consiste de imagens que soam como uma mistura de hipnose com lavagem cerebral, além de uma pesada carga de hormônios. Aos poucos, porém, Ella começa a experimentar horrendos efeitos colaterais.


O filme consegue criar imagens bem bizarras e aterrorizantes, como a estranha mulher alta que Ella ocasionalmente vê ou o momento que ela enxerga uma enorme aranha se movendo sobre a barriga de uma amiga grávida e tenta golpear a criatura para o horror das demais pessoas na sala que a veem atacando uma grávida. Do mesmo modo, Dianna Agron é eficiente em construir o senso de instabilidade de Ella, que parece cada vez mais desconectada da realidade e pouco confiável enquanto narradora da trama, o que contribui para a tensão.

O problema é que além de falar desse debate entre natureza versus convenção social sobre a noção de que o principal papel social da mulher deveria ser mãe, o filme se abre para uma série de outros temas que não tem tempo de explorar em seus curtos noventa minutos de duração. Parte também para falar como a indústria de produtos da saúde e bem-estar domina de maneira nociva os corpos e mentes das pessoas, vendendo tratamentos para coisas que não são problemas e que as pessoas não precisam. Também tenta inserir questões relacionadas a descendência e a diáspora judaica, mas sem conseguir muita pertinência na trama para além de algumas imagens sinistras.

Conforme a narrativa caminha, a produção avança muito pouco nos temas pelos quais tenta discorrer, ao ponto em que fica a impressão de que as coisas estão andando em círculos e talvez a trama ou deveria se alongar para realmente dar conta das ideias que propõe ou ser reduzida para uns 40 ou 50 minutos para funcionar de maneira mais concisa como um episódio de alguma série de antologia de terror.

A despeito de um bom clima de tensão, Tic-Tac: A Maternidade do Mal insere tantos elementos e ideias que não consegue explorar tudo de maneira interessante e termina soando superficial.

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