Misture uma pitada de Tarantino, algumas colheres de cultura oriental e um punhado da ação desenfreada de “John Wick – De Volta ao Jogo”. Pronto. Temos a receita de sucesso para tornar “Trem-Bala”, que estreia nesta quinta nos cinemas, em um filme divertido.
Joaninha (Brad Pitt) é um assassino profissional desconstruído. Faz terapia, não gosta mais de usar armas de fogo e tenta sempre usar o diálogo para evitar conflitos. Ele é convocado para substituir Carvalho (ator que não revelarei por ser uma surpresinha divertida), que está ‘gripado’, em uma missão simples: retirar uma maleta de um trem-bala no Japão.
Claro que tudo vai sair do controle ao encontrar diversos antagonistas dentro dos vagões. Vão desde a dupla de assassinos, os irmãos Limão (Brian Tyree Henry) e Tangerina (Aaron Taylor-Johnson), até o vingativo Lobo (Bad Bunny).
Baseado no livro homônimo do escritor japonês Kotaro Isaka, “Trem-Bala” é um deleite para os olhos. A fotografia é esplêndida, mesmo levando em consideração que o filme se passa, 85% do tempo, em um trem.
O diretor David Leitch sabe filmar cenas de ação com comédia. Ele comandou “John Wick – De Volta ao Jogo”, “Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw” e “Deadpool 2”. Então, espere muita cabeça sendo cortada por espadas, tiros no rosto e sangue, entre diálogos engraçadinhos. Ele claramente se inspirou em Tarantino, o que é uma ótima inspiração. E as cenas de luta são excelentes, ainda mais levando em consideração que se passam em um ambiente pequeno, que é um vagão de trem.
O elenco está claramente se divertindo em cada cena. Brad Pitt nunca esteve tão à vontade e desleixado (no ótimo sentido). Leitch já foi dublê do ator em sete filmes, o que mostra que eles se entendem. Além de Pitt, se destacam os já citados Brian Tyree Henry e Aaron Taylor-Johnson, e Joey King (de “A Barraca do Beijo”).
“Trem-Bala” não inventou a roda, mas é um ótimo filme de ação que diverte com seus personagens interessantes e um nonsense total.