O Grupo Stellantis, fusão da FCA e PSA, já iniciou o processo de reposicionamento da francesa Citroën no Brasil. Modelo já existente e com poucas vendas no mercado nacional, o C4 Cactus ganhou um novo momento. Com uma estratégia mais ousada de marketing e de preço, a Citroën começa a ter mais aceitação do compacto C4 Cactus, um hatch-crossover com design diferenciado e pacote cheio de equipamentos e mimos para todos.
AUTOS E MOTOS rodou por sete dias com o C4 Cactus Shine, a configuração mais topada de itens de conforto, segurança e conectividade. Para estacionar na garagem, o consumidor deve desembolsar cerca de R$ 123 mil, valor na faixa de preços dos concorrentes urbanos no Brasil. Mas quais são os detalhes que diferenciam o modelo da marca francesa dos outros carros no país.
Começa pelo visual inusitado. No mundo dos automóveis, as marcas francesas têm um toque a mais no design, especialmente nos detalhes da carroceria e acabamento dos materiais usados na parte interna. O Cactus é assim logo no visual frontal com faróis, grade e para-choques de contornos bem modernos. Sua traseira é ainda mais estilosa e, por isso, há alguns que torcem a “boca e o nariz” para as lanternas arrojadas do “francês”.
Único Citroën produzido atualmente na fábrica de Porto Real (Rio de Janeiro), o C4 Cactus tem feito bem seu papel de protagonista e aguarda a chegada do novo hatch C3. Sob o capô o crossover C4 Cactus tem o bom motor 1.6 THP Flex, de 173 cavalos e 24,5 kgfm de torque, auxiliado por um câmbio automático de seis velocidades. Este conjunto mecânico já é bem conhecido dos modelos Citroën e mostra que a marca francesa acertou no passado com o motor turboflex, item que virou febre na indústria automotiva brasileira.
A briga do Cactus é no andar de baixo com Nissan Kicks, Renault Captur, Hyundai Creta, VW T-Cross e Chevrolet Tracker, todos com motor turboflex, exceto o Kicks. A “pegada” com motor turbinado do Cactus é das melhores. Anda bem na estrada e tem boa desenvoltura nas situações urbanas. Para quem deseja uma pegada mais esportiva, é bom avisar: não há aletas atrás do volante e as trocas sequenciais devem ser realizadas apenas pela alavanca de câmbio.
Na verdade, o C4 Cactus tem pegada de hatch aventureiro mas, no Brasil, é um crossover (vamos combinar assim). A Citroën reforça sua mecânica e as suspensões absorvem as irregularidades do piso. As rodas são de 17″ e têm freios a discos nas quatro rodas. Eles são uma exclusividade desta opção – as demais utilizam tambores no eixo traseiro. Os ângulos de entrada de 22º, de saída (32º) junto da altura em relação ao solo de 22,5 cm possibilitam transpor lombadas ou valetas.
O pacote de segurança e mimos é bem parecido com o dos rivais. Nada demais nem nada de menos. Tem direção elétrica e um volante com boa ergonomia. Há coluna de direção regulável em altura/profundidade, enquanto o quadro de instrumentos é digital e o multimídia de 7” possui conectividade Android Auto/Apple CarPlay. Por sinal, é possível usar a tela para ajustar o ar-condicionado.
A Citroën oferece itens como 6 airbags, luzes diurnas em LEDs, controle de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, Grip Control (que altera parâmetros do acelerador, câmbio e controles conforme o piso selecionado), acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, chave presencial, ar-condicionado automático, central multimídia com tela de 7″, Android Auto e Apple CarPlay (por fios), câmera de ré, bancos em couro, rack de teto mais pronunciado, rodas de 17″, painel de instrumentos digital, controle de cruzeiro e frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão.
Tem espaço razoável no porta-malas com 320 litros. Mas convenhamos: na Europa, a Citroën oferece o C4 Cactus como um hatch aventureiro. No Brasil, fica ainda como crossover.