A cada ano são diagnosticadas mais de 600 mil pessoas com câncer no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). E sabe-se que quanto mais cedo o câncer for descoberto, maiores são as chances de cura. Por isso, novas ferramentas como o teste genético podem ser fundamentais para realizar o diagnóstico precoce dessa doença.
Explicando de forma simples, os testes genéticos são exames realizados para avaliação do DNA, analisando sequências do gene e identificando variações. O encontro dessas mutações pode estar relacionado a risco para desenvolvimento de câncer, auxiliando na identificação de fatores prognósticos relacionados ao câncer.
Usando o câncer de mama como exemplo, já que estamos no outubro rosa, mês que chama atenção para o diagnóstico e tratamento da doença, se uma pessoa descobrir precocemente que possui 70% a mais de chances de desenvolver o câncer, pode diminuir o intervalo das consultas de prevenção. Isso ajudaria a realizar um acompanhamento mais próximo, possibilitando um diagnóstico precoce.
A drª Thamara Melo, que é oncologista clínica e especialista em oncogenética, explica que todos os tipos de câncer são causados por alterações genéticas que acontecem no interior das células, levando a uma cadeia de reprodução anormal que resulta na doença.
Então, compreendendo o perfil genético tumoral das células que estão causando o problema de saúde, é possível usar drogas mais indicadas para o tratamento do câncer, aumentando as chances de cura.
“Identificando mutações relacionadas com mecanismos de resistência a drogas, é possível orientar a mudança no esquema de tratamento. Bem como podem auxiliar na identificação de pacientes com síndromes de câncer hereditário”, afirma a médica.
Uma vez que pacientes de risco para câncer são identificados, o diagnóstico precoce dessas pessoas e suas famílias permitem a identificação de doenças antes mesmo do surgimento de maiores problemas.
“Os testes visam estabelecer as melhores estratégias terapêuticas para rastreamento, diagnóstico e abordagem. E para famílias de alto risco, as estratégias preventivas que incluem adequado aconselhamento genético e indicações individualizadas para tratamentos cirúrgicos e vigilância clínica com exames de rastreamento devem ser discutidos com pacientes e seus familiares”, completa a oncologista.