Um homem caminha por um corredor com uma fantasia extravagante que lembra um diabo. Ele entra em uma porta e acessa uma reunião de terapia em grupo. Lá, se apresenta como Reggie Dwight (nome de batismo de Elton John), alcoólatra e viciado em sexo e drogas, além de ser bulímico.
Assim começa uma viagem que tem todos os ingredientes que fazem um grande filme: vibração, diversão, melancolia e tristeza. Tudo isso é “Rocketman”, excelente cinebiografia musical que conta a história do britânico Elton John, desde garoto até a reviravolta na carreira, nos anos 80.
Se você não é fã de Elton John ou não conhece muito da carreira, é a chance de rever seus conceitos. Tendo uma vida difícil, sendo destratado pelos pais, só encontando apoio na avó e no amigo Bernie Taupin (Jamie Bell, em ótima e delicada atuação), Elton John conseguiu transformar sua vida graças ao rock – mais precisamente quando ouviu Elvis pela primeira vez. O filme também não se furta a mostrar que ele era um viciado em drogas, sexo e bebida, sem aliviar nas “tintas”.
A direção de Dexter Fletcher (do ótimo “Voando Alto”) é excelente, captando as angústicas de Elton John ao longo da projeção – e é interessante que, durante o filme, ele vai tirando a fantasia extravagante, transformando aquele personagem “diabólico” em uma nova pessoa.
Os números musicais são divertidos e fluidos na narrativa, como o plano sequência onde o pequeno Reggie Dwight (nome de batismo do cantor) se torna um jovem ao som da deliciosa “Saturday Night’s Alright For Fighting”. Há ainda as clássicas “I Want Love”, “Your Song”, “Goodbye Yellow Brick Road”, “Rocketman” e “Tiny Dancer”, dentre outras.
Em “Rocketman”, o elenco também brilha. Enquanto Taron Egerton encarna de forma perfeita Elton John, e se mostra um grande dançarino e cantor, Jamie Bell é o ponto de equilíbrio como Bernie Taupin, grande parceiro nas canções. Richard Madden (o provável próximo James Bond) interpreta o agente e namorado do cantor John Reid, mostrando frieza e se entregando ao personagem.
“Rocketman” é uma obra emocionante e vibrante, que chega como uma das melhores cinebiografias do cinema, e é superlativa como seu cinebiografado. E, sim, é bem melhor do que “Bohemian Rhapsody”.
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