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Cinema

Crítica – O Último Azul

Foto | Divulgação

Em O Mágico de Oz, a jovem Dorothy, que vivia em um mundo cinzento, precisa passar por uma aventura na Terra de Oz para enxergar seu mundo com outro olhar, mais alegre e mandar o “Não existe lugar melhor do que o lar”. Nessa aventura, ela encontra um espantalho que quer ter um cérebro, um homem de lata, que busca um coração, e um leão covarde que precisa ter coragem.

Já em O Último Azul, longa que estreia na quinta-feira, 28, nos cinemas, Tereza (Denise Weinberg) é uma espécie de Dorothy idosa, que já sabe muito bem que o lugar onde está é o melhor, mas que precisa passar por uma aventura para continuar com liberdade.

A trama, dirigida e escrita por Gabriel Mascaro, se passa em um Brasil distópico, onde os idosos completam 80 anos e são exilados da sociedade em uma colônia. O motivo alegado é para para que os jovens continuem produzindo sem precisar se preocupar com os “velhos”.

Inconformada ao saber que a lei mudou e que, quem tem a partir de 75 precisar ir, ela, que tem 77, decide fugir para, ao menos realizar seu sonho antes de ir para a colônia: voar de avião – e não existe maior liberdade do que voar.

Assim como Dorothy, em o Mágico de Oz, Tereza se encontra com três personagens durante sua jornada: Cadu (Rodrigo Santoro), Adanilo (Ludemir) e Miriam Socarrás (Roberta). E, a partir de seu encontro com cada um deles, ela se descobre mais humana, mais mulher e mais livre, ajudando também a eles a conseguirem seus objetivos. E a atriz Denise Weinberg está excelente como Tereza – capaz de ganhar muitas, e merecidas, premiações. Quando está em cena com Santoro ou Socarrás, o filme ganha em dimensão.

A direção e roteiro de Mascaro são tocantes, com a câmera mostrando ora a rudeza em que Tereza vive, ora mostrando o belo no morar dela. Assim como suas palavras nos apresentando um Brasil que é distópico, mas real, já que a colônia poderia ser muito bem o lar dos idosos atuais, onde muitos são “largados” abandonados para sempre.

O Último Azul é um belo longa que mostra a importância da liberdade na terceira idade.

O Último Azul
8 /10
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