Seja sincero, alguém ainda liga para filmes de dinossauros após os dois péssimos filmes da trilogia mais recente Jurassic World, protagonizada por Chris Pratt, sendo o último lançado a apenas 3 anos? Imagino que pouca gente. E é isso que o próprio filme Jurassic World: Recomeço, em cartaz a partir desta quinta-feira, 3, deixa bem claro.
Em um mundo onde ninguém liga mais para os dinossauros, a mercenária Zora (Scarlett Johanson) é contratada por Martin Krebs (Rupert Friend) para uma missão ultrasecreta: ir até a ilha dos dinossauros mutantes – onde, claro, é proibido estar – para colher os sangues dos maiores dinossauros do ar, do mar e da terra. E se você tiver pensando em uma lógica para isso, esqueça. É assim para ter três desafios em “ambientes” diferentes. Claro que ela terá que levar o antropólogo Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey) – à contragosto do pobre rapaz – e contar com sua turma de mercenários formada por Duncan Kincaid (Mahershala Ali) e mais uns coadjuvantes que servem só para morrer nas garras dos dinossauros.
Imaginava que o filme fosse basicamente isso, uma caçada na floresta. E, vendo os trailers, pensei que pudesse dar um caldo. Mas tem mais: a família Delgado, formada pelo pai, Reuben (Manuel Garcia-Rulfo), Isabella (Audrina Miranda), Teresa (Luna Blaise) e o insuportável namorado interpretado por David Iacono. Eles passam por um ataque no mar e são ajudados pela turma de mercenários. Que união infeliz para todos, incluindo nós, os espectadores.
Dirigido por Gareth Edwards, diretor mediano que conseguiu um sucesso com Rogue One – Uma História Star Wars, Jurassic World: Recomeço é uma mistura de diversos filmes: Predador, Megatubarão, Indiana Jones, Lara Croft: Tomb Raider, King Kong, Godzilla… poderia passar horas escrevendo quantas referências o filme tem. Isso faz com que perca completamente sua identidade. É o famoso filme genérico.
Acrescente a isso um elenco sem o mínimo de carisma. No núcleo da família, basicamente temos o pai gritando pelas filhas, que sempre estão sob perigo. Nem a pequena Audrina consegue escapar da falta de carisma. E, claro, tem um pequeno dinossauro que vai ser a cota “coisa fofa” do filme, que começa a seguir a guria.
Já entre os mercenários, o par romântico de Scarlett, o ator Jonathan Bailey, é a falta de carisma em forma de gente. Nem química entre eles tem, por isso o filme só mantém as coisas no ar, não chega nem a concretizar um romance. Claramente ali não deu liga. Ao final da projeção, só pensava na quantidade de boletos que Scarlett e Mahershala Ali têm que pagar para aceitar participar de um filme desses.
O roteiro foi escrito por David Koepp, um roteirista irregular. Capaz de grandes filmes como o primeiro Jurassic Park (1993), Missão Impossível (1996) e Homem-Aranha (2002), e bombas como A Múmia (2017, aquele com Tom Cruise que ninguém mais lembra) e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (2008), dentre outros. Ele escreve um filme bom a cada cinco ruins. Como ele já escreveu ótimo O Código Preto, lançado também esse ano, ele deve vir com mais bombas pelo menos nos próximos três filmes que escrever.
Jurassic World: Recomeço peca por ser uma profusão de referências, tornando-o genérico, sem identidade – por mais que a trilha sonora original do filme Jurassic Park sempre seja entoado -, com um roteiro fraco e elenco sem carisma. Acho difícil que uma nova trilogia seja concretizada. Para o bem da franquia!
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