O Brasil passa a oferecer, nesta semana, um exame de sangue inédito que pode diagnosticar a doença de Alzheimer em estágios iniciais. O teste norte-americano PrecivityAD2 detecta proteínas que indicam a presença de placas amiloides cerebrais, uma característica da doença.
O exame custa cerca de R$ 3.600 e precisa ser solicitado por um médico. Ainda não é disponibilizado por meio de planos de saúde nem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A testagem é feita no Brasil pela marca Fleury Medicina e Saúde em parceria com a fabricante C2N Diagnostics. O exame não é indicado para check-ups, e sim para pessoas que apresentam quadros de declínio cognitivo.
As amostras são coletadas e preparadas na central técnica do Fleury e enviadas para análise nos Estados Unidos. O resultado é liberado em cerca de 20 dias.
A marca Fleury deve ofertar o teste em sua rede de forma gradual, começando por São Paulo e expandido para outras unidades localizadas em todo o Brasil.
De acordo com o laboratório brasileiro, o exame é menos complicado e com qualidade, capaz de excluir a doença de Alzheimer diante de outras causas de comprometimento cognitivo. Também seria uma opção mais segura de diagnóstico que outros testes, por não usar métodos invasivos ou radioativos no paciente.
No caso do mais conhecido deles, o PET-amilóide cerebral, é necessário fazer punção lombar, que é a inserção de uma agulha nas costas do paciente para captação de líquido da medula espinhal. Além disso, os biomarcadores do líquido contém radiação e o exame custa R$ 9.124.
Se o PrecivityAD2 apontar resultado positivo para Alzheimer, a indicação é de que se faça a seguir um exame confirmatório com biomarcadores em liquor ou o PET amiloide, uma vez que o novo teste não compõe ainda as formas de diagnóstico aceitas no país.
A validação clínica do PrecivityAD2 envolveu duas coortes independentes e avaliou um total de 583 pacientes com comprometimento cognitivo usando PET-amiloide como padrão de referência.
Segundo o estudo da fabricante, o teste alcançou 88% de precisão.
Uma pesquisa independente, feita pela Universidade de Lund, na Suécia, com outras quatro coortes e cerca de mil pacientes, também teria destacado a alta precisão do exame.
O novo exame é considerado um marco importante na questão do Alzheimer, pois pode permitir o diagnóstico precoce da doença, o que é fundamental para o início precoce do tratamento e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.