A escolha entre as opções do mundo cerâmico desperta muitas dúvidas na hora de reformar ou construir um imóvel, no entanto, o porcelanato figura na lista dos mais bem cotados no momento. O motivo vai além da beleza e possibilidade de estampas e formatos, já que o material tem grande durabilidade e resistência. A arquiteta Cristiane Schiavoni, fã assumida desse revestimento, explica as principais diferenças entre o porcelanato e a cerâmica.
Embora bem semelhantes, ambos têm diferenças já em sua fabricação. Segundo especialistas da marca Incepa, a cerâmica convencional reúne argila e alguns minerais, enquanto o porcelanato é um misto de porcelana e materiais mais nobres. A temperatura de queima das duas matérias-primas também é díspar: a queima mais alta do porcelanato dá mais resistência mecânica e química à peça, além de baixa porosidade. “Em resumo, isso faz do porcelanato uma peça muito resistente ao risco, desgaste e ao ataque químico”, comenta Cristiane.
Há quem acredite que a principal diferença está na borda retificada, que permite usar o rejunte fininho, quase inexistente. “Porém, muita gente não sabe que também podemos ter cerâmica retificada, assim como há o porcelanato com a borda arredondada, que a gente chama de bolde. Por isso, a olho nu, às vezes, realmente é difícil distinguir um produto do outro”, continua a arquiteta.
Conhecido dos brasileiros desde os anos 1990, o porcelanato não para de ganhar espaço nos lares. Outra diferença importante é a questão da impermeabilidade, já que o porcelanato é quase impermeável, o que traz algumas vantagens para a obra, dependendo da situação que ele vai ser utilizado. Segundo a marca Incepa, um bom índice para perceber a porosidade de uma peça é a medição de sua absorção de água. Os porcelanatos são os revestimentos que menos absorvem água de todo mercado, com um índice de menos de 0,5%. Em comparação, revestimentos Grés absorvem de 0,5 a 3%; semi-porosos, por sua vez, de 3 a 6%. Os revestimentos de parede, classificados como porosos, superam 10% de absorção de água.
Porcelanato técnico e esmaltado
Se a ideia é optar pelo porcelanato, vale diferenciar o técnico do esmaltado. Os técnicos possuem superfície polida ou natural e são pouco porosos, contendo um índice de absorção máximo de 0,1%, enquanto o esmaltado tem um índice máximo de 0,5%. O porcelanato técnico ainda tem uma composição especial, para que a massa porcelânica esteja em sua superfície, conferindo altíssima resistência mecânica, a riscos e abrasão.
Já os porcelanatos esmaltados vêm com uma camada de esmalte em sua fabricação, oferecendo mais brilho à peça, além de um toque acetinado ou áspero. Essa característica permite desenvolver uma infinidade de cores e decorações nas peças, que ficam um pouco mais porosas que os porcelanatos técnicos. Tornam-se indicadas para parede e pisos, desde que sejam observadas as indicações de uso, que levam em consideração, entre outros itens, como a quantidade de pessoas em circulação ou o ambiente ser seco ou molhado.
Com o passar do tempo e os avanços tecnológicos, em especial da impressão digital em HD, os porcelanatos só aprimoraram o visual cada vez mais idêntico ao de pedras, madeiras, tijolos e outros elementos naturais. “Antes, muita gente acabava apostando no revestimento para áreas molhadas, como cozinhas e banheiros. Mas hoje, é uma opção imbatível também para livings, quartos e varandas”, aponta Cristiane. “O calor e o toque da madeira ainda são insubstituíveis, mas o porcelanato chega bem perto, com maior facilidade de limpeza e resistência a manchas, por exemplo”, continua.
Segunda a arquiteta, o porcelanato é muito versátil e traz infinitas possibilidades. “Os grandes formatos ganharam as bancadas, em usos que antes a gente não conseguia porque as peças eram pequenas e havia muitas emendas. Uso muito em cozinha, banheiro, lavanderia e até mobiliário”, enumera Cristiane Schiavoni. O porcelanato tem uma resistência muito grande, portanto é bem-vindo em piso e parede, desde que sigam as normas técnicas. Já a cerâmica precisa ser analisada pela sua graduação: PI1, PI2, PI3, até o 5. É preciso fazer uma avaliação de onde você vai usar o revestimento, pois numa piscina, por exemplo, onde o atrito é zero, não é contraindicada a cerâmica.