Já vamos para mais de 40 dias de isolamento social por conta da pandemia do coronavírus e os idosos são os que mais sofrem com esse distanciamento., tanto pela questão física e de saúde – já que estão no grupo de risco – , como pela questão dos relacionamentos sociais. “A maioria já está aposentada, então essas relações ganham uma dimensão maior. E é um grupo que ficará mais tempo sem contato.”, explica a psicóloga Manuela Sá.
Mesmo com o distanciamento, é possível, graças a tecnologia, reduzir um pouco desse isolamento, sempre com a iniciativa dos familiares.”Muitos idosos pensam que, ao nos procurar, estão incomodando. Então é importante a gente procurá-los. Telefonar ou fazer vídeo-chamadas diariamente e, se percebê-lo mais triste, até duas vezes ao dia. É importante inseri-lo no cotidiano. Pedir uma receita ou um conselho, pois eles gostam de se sentirem úteis”, destaca Manuela Sá.
Manuela ressalta a importância de momentos em que ficamos sozinhos, mas quando há o exagero, a pessoa querendo ficar sozinha o tempo inteiro, se torna um problema. “Quando estamos muito tempo sozinhos, falamos com nós mesmos, e nossos pensamentos vão ganhando proporções muito grandes. O fato de externalizar o que estamos pensando, já resignifica para a gente. Muitas vezes estamos conversando com alguém e pensamos: “Não tinha pensando nisso'””, afirma a psicóloga.
Tecnologia aliada
O uso de aparelhos eletrônicos para reduzir as consequências do isolamento social tem sido um grande aliado. “A tecnologia tem desempenhado um papel muito importante. Estamos ressignificando o lugar delas. O Instagram, por exemplo, tem sido usado menos como uma forma narcisista e mais como um lugar para lives com trocas de pensamento, propostas de caminhos, além da divulgação de várias redes de solidariedade”, diz Manuela.
