A pele costuma ser tratada como superfície, mas raramente é só isso. Cada crise que aparece no espelho, da acne persistente às placas de dermatite, da rosácea que inflama sem aviso à psoríase que vai e volta, pode ser também um recado do que está acontecendo por dentro. Cada vez mais, especialistas apontam que problemas emocionais como estresse, ansiedade e privação de sono estão diretamente ligados ao surgimento e à piora de doenças de pele. É nesse ponto que o olhar integrativo ganha força na dermatologia contemporânea.
Para a dermatologista Paula Sian, não há separação possível entre saúde emocional e saúde da pele. “A pele e o sistema nervoso têm a mesma origem embrionária. Por isso, estresse, ansiedade e privação de sono não apenas afetam, mas podem desencadear ou agravar doenças inflamatórias cutâneas”, explica. O corpo sente antes, e a pele mostra.
O estresse crônico, por exemplo, aumenta os níveis de cortisol, interfere no equilíbrio hormonal e favorece processos inflamatórios. O resultado aparece em forma de crises recorrentes, cicatrização mais lenta e perda do viço natural. “Tratar a pele sem considerar o estilo de vida é como enxugar gelo. O cuidado precisa ser completo”, afirma a médica.
Esse cuidado passa por hábitos diários que vão além do skincare. Práticas de manejo emocional, como terapia, meditação ou pausas reais na rotina, ajudam a reduzir inflamações. Uma alimentação rica em alimentos anti-inflamatórios, frutas, vegetais, gorduras boas, também tem impacto direto na saúde da pele e ajuda a prevenir doenças inflamatórias, assim como o sono de qualidade, momento em que o organismo se regenera e restabelece seu equilíbrio.
A atividade física regular entra como aliada dupla: melhora a circulação e a oxigenação da pele e ainda libera endorfinas, reduzindo ansiedade e fortalecendo a imunidade. Já a rotina de cuidados tópicos deve ser personalizada e sempre orientada por um dermatologista. “Cada pele responde de um jeito. Seguir fórmulas prontas da internet pode agravar quadros já sensíveis”, alerta Paula.
Mais do que estética, falar de pele é falar de saúde integral. Atentar aos sinais do corpo, buscar acompanhamento médico e rever hábitos cotidianos são passos fundamentais para prevenir doenças cutâneas e crises emocionais. Não por acaso, a dermatologista acaba de lançar o livro “Um burnout para chamar de seu”, no qual relata, do ponto de vista do paciente, como é conviver com o esgotamento, um tema que, cada vez mais, também se escreve na pele.
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