Um projeto do escritório Andrade Schimmelpfeng (AS), é reconhecido como a primeira residência carbono neutro do Brasil. O projeto nasceu do desejo da família do arquiteto Walter Schimmelpfeng de trocar a vida em apartamento pela experiência de morar em um lar térreo, conectado à rua, ao verde e a um ritmo mais tranquilo.
A casa escolhida — uma construção com mais de 40 anos, que permaneceu abandonada por muito tempo — pedia um novo sopro de vida. O que antes era memória transformou-se em movimento: um retrofit inteligente e cuidadoso, que respeita a história e abraça o presente com funcionalidade, luz e leveza. A proposta foi preservar a alma do imóvel, abrindo caminhos para o vento, o sol e o convívio.
Localizada entre Brotas e o Horto Florestal, em Salvador (BA), a Casa 11 foi pensada para um estilo de vida simples e acolhedor, em que cada detalhe fala de pertencimento. Tons terrosos, como o terracota, aquecem o olhar e aproximam o morar perto da natureza e das emoções.

Um lar acolhedor e funcional
Logo na entrada, o projeto revela sua proposta de integração. A cozinha planejada, em conceito aberto, conecta-se à copa e à sala de estudos, garantindo visibilidade e fluidez nas atividades do dia a dia da família. Essa área é o coração da casa, onde o cotidiano ganha forma com simplicidade e funcionalidade.
Ainda no térreo, uma suíte com acessibilidade total pode funcionar como quarto de hóspedes ou home office. Fugindo do convencional, a família optou por uma sala de estar menor nesse andar, que atua como área de apoio. A verdadeira sala de estar foi estrategicamente posicionada e integrada ao espaço externo, pensado para momentos de convivência.

A escada original foi preservada, com o granito restaurado e reluzente — um lembrete de que o que é sólido também pode ser poético. No andar superior, os quartos dos filhos e a suíte master expressam integração e leveza. As varandas, banhadas de luz e vento, são extensões do afeto que a casa cultiva.
Área externa: oásis de lazer e conexão com a natureza
Nos fundos do terreno, um novo capítulo se desenha: um anexo construído do zero para abrigar o lazer e o descanso. Em meio a um declive natural de cerca de nove metros, a equipe projetou uma área de convivência integrada à paisagem, com cozinha gourmet, churrasqueira e sala de estar aberta ao jardim.
Ali, um spa com áreas seca e molhada traduz o conceito de contraste e equilíbrio entre o quente e o frio, o silêncio e o riso. Jardineiras e floreiras envolvem o espaço, levando o verde às paredes e janelas.
Materiais, sustentabilidade e conforto
Desde o início, a Casa 11 teve a sustentabilidade como pilar central. A decisão pelo retrofit, que reduziu significativamente a geração de resíduos, foi apenas o primeiro passo.
Toda a residência foi pensada para consumir menos recursos naturais e garantir o conforto térmico, com soluções que unem eficiência e responsabilidade ambiental:
• Reuso da água da chuva: utilizada na irrigação automatizada dos jardins e em funções não potáveis, reduzindo o desperdício.
• Energia renovável: sistemas de aquecimento e equipamentos alimentados por energia limpa, garantindo economia e autonomia.
• Materiais de baixo impacto: o uso de microcimento nos pisos substitui revestimentos cerâmicos tradicionais, conferindo frescor e reduzindo resíduos na obra. A estrutura de EPS também contribui para minimizar a transferência de calor para o interior.
• Iluminação e metais eficientes: metais com redutores de vazão e luminárias de baixo consumo energético, alinhados às certificações LEED.
• Paisagismo funcional: espécies que atraem pássaros e polinizadores enriquecem o ecossistema local.
Um dos detalhes mais simbólicos é a porta principal, feita de plástico reciclado — o equivalente ao consumo médio anual de uma pessoa. O elemento reforça o compromisso da família e do projeto com o meio ambiente.
Mais que uma casa, um manifesto
Mais do que uma obra (prima), a Casa 11 é um manifesto silencioso sobre um modo de morar. Um lar que preserva o passado, acolhe o presente e se abre para o futuro. Com luz natural, integração e delicadeza, ela mostra que sustentabilidade também é sobre bem-estar e pertencimento. Um refúgio urbano que pulsa em harmonia com a natureza.
Muito mais do que um retrofit, a Casa 11 é um exemplo de como preservar o passado sem deixar de olhar para o futuro — prova de que simplicidade e sofisticação podem, sim, caminhar juntas. Escritório Andrade Schimmelpfeng criou ferramenta inédita com ativista climática para medir emissão de carbono na construção civil
O CarbonTrack M² é uma ferramenta exclusiva do escritório Andrade Schimmelpfeng (AS) desenvolvida em parceria com a ativista ambiental Gilda Gomes, da The Planet. A plataforma calcula a quantidade de carbono por metro quadrado em projetos arquitetônicos, considerando materiais, transporte e processos de construção, e oferece dados precisos para planejar obras mais sustentáveis e eficientes.
Com inventários de emissões realizados pela The Planet, o sistema garante transparência e responsabilidade ambiental. O principal objetivo da ferramenta é incentivar os clientes a assumirem um compromisso real com a neutralidade de carbono e a preservação do planeta, reforçando o papel da AS na promoção de uma construção civil mais consciente e inovadora.




















