Apesar dos avanços científicos, muitos mitos e temores ainda persistem na sociedade. Por isso, os especialistas reforçam a importância de divulgar informações claras e atualizadas que ajudem a eliminar estigmas associados ao HIV. A mensagem é direta no campo reprodutivo: a maternidade e a paternidade são totalmente possíveis para pessoas soropositivas, desde que haja acompanhamento médico especializado desde o planejamento até o nascimento.
Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, estima-se que mais de um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil. Os especialistas concordam que o primeiro passo para uma gravidez segura é o controle adequado do tratamento antirretroviral, capaz de manter a carga viral indetectável. Quando isso acontece, as chances de transmissão caem drasticamente e, a partir dessa base médica, a reprodução assistida incorpora técnicas específicas que praticamente eliminam qualquer risco adicional.
Por isso, é recomendado recorrer às técnicas de reprodução assistida para evitar o risco de infecção tanto da mãe gestante quanto do futuro bebê. Nesse sentido, a médica Genevieve Coelho, Diretora Geral do IVI Salvador explica: “a informação rigorosa torna-se uma ferramenta essencial para que as pessoas infectadas conheçam suas opções, tomem decisões informadas e possam realizar o desejo de formar uma família sem medo ou preconceito, com um tratamento totalmente personalizado”.
A chave para ter um bebê saudável: técnicas avançadas e protocolos rigorosos de controle
No caso das mulheres que convivem com o vírus, a gravidez é analisada e planejada com atenção especial, garantindo um acompanhamento próximo antes e durante a gestação. O controle rigoroso da carga viral, combinado com as medidas médicas recomendadas em cada etapa, permite reduzir a transmissão vertical a níveis mínimos.
Para isso, é essencial manter um controle imunológico estrito e que o tratamento seja realizado quando a carga viral estiver muito baixa ou indetectável, com especial cuidado no terceiro trimestre e no parto. Embora, graças aos tratamentos antirretrovirais, a probabilidade de contágio seja cada vez menor, inferior a 1%, caso a carga viral esteja elevada, recomenda-se a cesárea.
“Nas últimas décadas, a experiência acumulada em unidades especializadas demonstrou que uma mulher soropositiva, com boa saúde e tratamento adequado, pode ter uma gestação sem complicações e dar à luz um bebê completamente saudável”, comenta a Dra. Genevieve.
No caso dos homens, uma das técnicas de maior destaque é o procedimento conhecido como lavagem seminal, que processa cuidadosamente a amostra de sêmen para separar os espermatozoides do plasma seminal e de outras células que poderiam conter o vírus. Após essa separação, a amostra é congelada e, em seguida, submetida a testes de biologia molecular para confirmar que está livre da infecção. Essa fração, apta para uso clínico, é utilizada posteriormente em inseminação artificial ou injeção intracitoplasmática (ICSI), com resultados altamente confiáveis e seguros.
“Há mais de uma década, no IVI, conseguimos o nascimento da primeira menina de um casal em que o homem tinha HIV e a mulher não. Desde então, a ciência avança rumo à igualdade de direitos reprodutivos. Cada vez mais famílias mostram que viver com HIV não é uma barreira para trazer ao mundo um filho desejado e saudável, o que nos permite olhar para o futuro com grande otimismo”, conclui a especialista.
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