Após protagonizar o divertidamente bobo Que Horas eu Te Pego? (2023), Jennifer Lawrence volta aos cinemas com gana de Oscar. Para isso, se entrega de corpo e alma em Morra, Amor, longa que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 27.
Na trama, Lawrence interpreta Grace, uma escritora que, após a maternidade, se torna dona de casa. Ela se muda para uma casa isolada com Jackson (Robert Pattinson). Mãe do primeiro filho, ela vive com a angústia do isolamento, da falta de desejo sexual do marido e do bloqueio criativo, tudo de uma vez.
Baseado no livro homônimo de Ariana Harciz, o roteiro foi escrito pela diretora Lynne Ramsay e por Enda Walsh e Alice Birch. A trama sai da França e vai para os Estados Unidos. Lynne, que dirigiu os excelentes Precisamos Falar sobre Kevin e Você Nunca Esteve Realmente Aqui, mantém sua capacidade de deixar o espectador desconcertado.
Morra, Amor não é um filme fácil. Muito do que se mostra ali é o interior da personagem – por isso o livro deve ser muito interessante. Também mostra banalidades como Grace se masturbando constantemente, levando o filho para andar de carrinho grandes distâncias – demonstrando o isolamento em que vivem. E tendo ataques sem explicação. Todos esses momentos servem para montar o caleidoscópio que é a personagem. E, embora o filme seja de Lawrence, que está excelente, Robert Pattinson também se entrega totalmente como o marido.
Morra, Amor é um retrato sem fantasia da maternidade e da falta de diálogo em relacionamentos. Daqueles filmes que nos faz ficar refletindo horas e dias após a exibição e que, a cada vez que assistirmos, veremos novas camadas.
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