Com o diretor grego Yorgos Lanthimos, não há meio termo. Ou a pessoa ama ou odeia seus filmes. Provocador e sempre explorando o absurdo da condição humana, mesmo com um humor, digamos, desconcertante, faz grandes filmes como O Lagosta e Pobres Criaturas. Agora, volta aos cinemas com Bugonia, que estreia nesta quinta-feira.
Na trama, dois apicultores Teddy (Jesse Plemons) e Don (Aidan Delbis) planejam o sequestro da empresária Michelle (Emma Stone) por acreditarem que ela é uma alienígena e responsável pela doença da mãe de Teddy.
Aqui, temos tudo que marca o cinema de Lanthimos: espaços isolados, uma trilha sonora marcante e personagens profundos. Ainda tem um elenco afiado. Jesse e Stone estão excelentes como seus personagens, ainda mais quando dialogam. E o filme é bem verborrágico (o que, aqui, não é um defeito). Já Delbis entrega toda a pureza e inocência de Don, contrabalanceando com os outros dois atores.
Quem conhece o cinema de Lanthimos, imagina facilmente o final, onde as cores vivas que marcam os filmes do cineasta grego criem uma fotografia linda, ainda mais com o figurino.
Desconcertante e inquietante, Bugonia prende a atenção nos quase 120 minutos de projeção, com pitadas de Tarantino e Bong Joon-Ho (diretor de O Parasita). Embora derrape no seu finalzinho, entra para a lista de mais um grande filme do diretor – que é quase um Woody Allen, lançando um filme por ano.
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