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Literatura

Livro resgata trajetória de Dom Avelar Brandão Vilela para falar de política e Igreja na América Latina

Foto | Fernando Torres

A trajetória do Cardeal Dom Avelar Brandão Vilela, Arcebispo de São Salvador da Bahia no período de 1971 a 1986, inspirou a obra que será lançada na capital baiana no próximo dia 9 de junho, às 16h, no Complexo da Cúria Metropolitana de Salvador, no Garcia.

O livro, intitulado “Diálogo, modernização e conflito: uma biografia do cardeal Dom Avelar Brandão Vilela”, de autoria do historiador e estudioso da história da Igreja Católica, Grimaldo Zachariadhes, 335 páginas, é uma publicação da Edufba (Editora da Universidade Federal da Bahia) e chega ao mercado literário numa época em que a Igreja Católica passa por mudanças com a entrada do Papa Leão XIV e o Brasil permanece imerso a um cenário de polarização política.

A figura de Dom Avelar serviu como fio condutor do escritor para desconstruir uma suposta dicotomia existente na Igreja Católica, que divide fiéis e clérigos entre progressistas e conservadores. “Estamos diante de uma obra seminal na historiografia brasileira que vai de encontro a uma interpretação binária que prevalece nos estudos acadêmicos até hoje sobre Igreja Católica e Política durante a segunda metade do século XX”, diz a apresentação na contracapa.

Grimaldo relata que se encantou pelo biografado ao descobrir suas posições, sua habilidade política e capacidade de diálogo mesmo vivendo sob uma Ditadura.

“Não à toa sua alcunha era o ‘bispo do diálogo’, transitava com desenvoltura em campos políticos opostos, deixando a porta aberta para todos, por isso, dialogava com os militares, políticos da Arena, empresários, mas também com os marxistas, movimentos sociais, políticos de oposição”, explica o escritor, acrescentando que, na sua agenda, havia espaço para o diálogo com os protestantes e os maçons. Segundo relatou, o bispo procurou ser um mediador dos conflitos políticos da sua época e, com sua autoridade moral, acabou ocupando um espaço único no cenário político da Ditadura: o de moderador.

Dom Avelar fincou passos pelo Nordeste, passando também pelos estados do Piauí e Pernambuco, além do Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (CELAM). Participou dos conclaves que elegeram os papas João Paulo I e João Paulo II em 1978.

Em 1980, recepcionou o Papa João Paulo II durante sua visita a Salvador. Em todos os locais porque passou, deixou uma obra inigualável, sempre voltada para o social, o que, segundo o biógrafo, é resultado de seu trânsito em todas as esferas e correntes políticas, dentro e fora da Igreja.

Em Salvador, a Fundação Dom Avellar Brandão Vilela, na Cúria Metropolitana, recebeu seu nome. Para o historiador, é uma personalidade que deve ser lembrada e ter a história resgatada, pois sinaliza o caminho possível para o futuro da humanidade.

Grimaldo Carneiro Zachariadhes é bacharel e mestre em História pela UFBA, doutor em Histórica, Política e Bens Culturais pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas. Autor de “Os jesuítas e o apostolado social durante a ditadura militar: atuação do CEAS” e organizador dos livros “Ditadura militar na Bahia”, volumes 1 e 2, todos pela Edufba.

No lançamento, a obra estará à venda e o historiador, presente para momento de autógrafos.

O livro será lançado também nos estados nordestinos por onde Dom Avelar passou e na Colômbia, sede do CELAM, onde estão muitos dos documentos que auxiliaram na pesquisa.

O lançamento em Salvador contará com a presença do Vigário Episcopal responsável para a Cultura, Educação e Comunicação da Arquidiocese, Padre Manoel Filho.

A obra pode ser adquirida nas plataformas digitais por R$ 58,00.

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