Depois da série Senna, da Netflix, da qual as únicas coisas realmente boas eram as cenas das corridas, chega aos cinemas, nesta quinta-feira, 26, F1 – O Filme, uma nova investida no mundo da Fórmula 1, desta vez produzida por um piloto (Lewis Hamilton) e chancelada pela FIA (o órgão regulador da competição).
Na trama, acompanhamos Sony Hayes (Brad Pitt), piloto veterano que abandonou as pistas ainda jovem, quando era considerado o próximo campeão – e grande adversário de Senna -, após um grave acidente. Vivendo de participar de corridas pelos Estados Unidos, recebe a visita do amigo Ruben (Javier Bardem), que também é dono de uma equipe de Fórmula 1, para uma missão: voltar às pistas para salvar a equipe e ainda ser o mentor do jovem promissor Joshua Pearce (Damson Idris).
Dirigido por Joseph Kosinski, o mesmo do excelente Top Gun: Maverick, à primeira vista, podemos dizer que F1 – O Filme é o Top Gun das corridas. Mas, fora a premissa de um mentor ajudando um jovem promissor, o filme sobre automobilismo está longe das qualidades do longa sobre aviação. Apenas a espetacular direção de Kosinski se mantém. As cenas de corrida são maravilhosas, de encher os olhos. Pura adrenalina.
E fica mais fantástica ainda assistindo nos cinemas, preferencialmente numa tela IMAX (em Salvador, tem no UCI Shopping da Bahia). As lentes conseguiram capturar os bastidores e a tensão de uma corrida de Fórmula 1. Quem é mais jovem e nunca viu uma prova de F1, vai correr (rá!) para assistir às corridas – e, spoiler, parar de ver com 10 minutos, já que, na vida real, as corridas se tornaram chatíssimas, sem emoção alguma.
Brad Pitt, com seu jeito canastrão camarada, consegue dar as camadas de complexidade a Hayes, assim como Damson Idris mantém seu personagem marrento com maestria. Javier Bardem, quando aparece, rouba a cena. Excelente ator, precisa de pouco tempo em tela para atrair todas as atenções. Já os pilotos reais que aparecem, não falam nada (deve ser para não aumentar mais ainda o cachê, já que diálogo encarece a figuração).
O único senão do filme é que as provas são todas repetitivas. Basicamente é a mesma coisa: Hayes está na pista para atrapalhar os adversários e tentar fazer Pearce chegar entre os 10 primeiros – pois só assim a equipe será salva. Sim, falei atrapalhar mesmo, como o famoso Dick Vigarista dos desenhos animados ou até mesmo o brasileiro Nelsinho Piquet (piloto de F1 que, em 2008, bateu de propósito em outro carro para o beneficiar o companheiro de equipe). O filme, basicamente, é uma apologia às trambicagens da Fórmula 1.
Apesar dessa questão, F1 – O Filme é um bom passatempo graças ao carisma do elenco, à direção de Kosinski, e às sequências de corridas de tirar o fôlego, valendo o ingresso.
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