Entre calibres e diamantes: o novo vocabulário estético da Rolex
Na Watches & Wonders 2025, a Rolex não apenas apresentou relógios — ela lapidou o tempo. Em meio a calibres de alta performance e inovações técnicas precisas, foi impossível ignorar o novo vocabulário estético da marca: cravejamentos delicados, metais preciosos em protagonismo e mostradores que mais se aproximam da arte que da engenharia.
Com as novidades deste ano, a maison suíça parece dialogar com o universo da alta joalheria de forma cada vez mais sutil e sedutora, sem jamais abrir mão de seu rigor técnico. Se o luxo está nos detalhes, é justamente ali que a Rolex brilha mais intensamente.
Um Datejust que cintila

O Datejust 31 surge com uma proposta que beira o espetáculo: mostrador em vermelho ombré, bordado por dez diamantes, e uma luneta cravejada com 46 pedras preciosas. O efeito é mais do que ornamental — é dramático, quase cinematográfico. Não se trata apenas de marcar as horas, mas de envolvê-las em luz.
A pulseira que virou escultura

Outro momento de destaque vem com a linha 1908, que agora carrega a nova pulseira Settimo: uma estrutura fluida de sete fileiras em ouro amarelo 18 quilates, criada exclusivamente para o modelo. É difícil não associar o desenho aos códigos tradicionais da alta joalheria, onde a maleabilidade do metal é pensada para se adaptar à pele — e não apenas ao pulso.
Matérias-primas, tons e reflexos

A materialidade dos lançamentos também impressiona. O GMT-Master II, por exemplo, surge com um mostrador em olho de ferro, pedra semipreciosa rara que adiciona uma camada mineral ao design clássico do modelo. Já o Sky-Dweller aparece com um mostrador verde vivo e acabamento Sun, criando um jogo de reflexos que remete ao brilho dos esmaltes vitrificados usados por grandes joalheiros.
Um gesto mais leve

Mesmo nos modelos com vocação mais casual, como o Oyster Perpetual, a marca adota uma abordagem estética mais leve e cromaticamente delicada. Os novos mostradores em lavanda, pistache e bege chegam com acabamento fosco laqueado, remetendo ao universo dos acessórios de luxo — entre o relógio e a joia, a fronteira parece intencionalmente borrada.
Técnica e desejo: o luxo como síntese

Ainda que a engenharia continue sendo a espinha dorsal da Rolex — como prova o novo Land-Dweller, com escape Dynapulse e frequência de 5 hertz —, a estratégia da marca para 2025 revela um gesto mais sensual, quase afetivo. O tempo, aqui, não apenas corre: ele reluz, envolve, ornamenta.
Mais do que uma vitrine de precisão, os lançamentos deste ano consolidam uma transição sutil e poderosa. A Rolex continua sendo o ápice da relojoaria suíça, mas flerta com a alta joalheria como quem sabe exatamente o que está fazendo. E talvez esteja mesmo inaugurando um novo capítulo, onde a beleza é medida em milímetros — e em brilhos.
