Reconheço, ao ler a sinopse de Conclave, não me pareceu algo muito animador para ir assistir. Afinal, que interessante deve ser ver cardeais reunidos para escolher um novo Papa? Caros leitores, pode acreditar: é maravilhoso!
O longa, que estreia nesta quinta-feira, 23, mostra o peso que o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes, excepcional) deve carregar o fardo para conduzir a eleição do novo Papa. E, a partir do momento em que o pontífice falece, logo nos primeiros segundos do filme, a tensão só cresce ao longo das 2 horas de projeção.
Ralph Fiennes não tem um minuto de sossego, coitado. Seja por ter que aguentar cardeais racistas, encrenqueiros e manipuladores, seja por ainda ter que provar a sua fé a cada momento.
A direção de Edward Berger (do excelente Nada de Novo no Front) conduz a trama de forma eficiente, além de contar com um excelente elenco como Stanley Tucci (Cardeal Bellini), John Lithgow (Cardeal Tremblay), Lucian Msamati (Cardeal Adeyemi), Rony Kramer (Cardeal Mendoza) e Isabella Rosselini (Irmã Agnes).
O roteiro escrito por Peter Straughan (O Boneco de Neve) é baseado no livro homônimo do genial Robert Harris (autor também de O Escritor Fantasma) e possui diálogos poderosos, que deveriam fazer refletir os religiosos que confiam cegamente em seus líderes.
Além de tudo isso, Conclave ainda mostra, com uma impressionante riqueza de detalhes, seja nas vestimentas, seja nos rituais, como funciona o Vaticano. E conta com uma fotografia espetacular, que precisa ser apreciada nos cinemas.
Conclave já desponta como o filme do ano e, dificilmente, será difícil superá-lo.