Depois de uma temporada de sucesso em São Paulo, o ator e estilista paulista Fause Haten volta a cartaz com o espetáculo Eu Sou um Monstro. Desta vez na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, de 21 a 24 de novembro, sempre às 20h. Os ingressos estão à venda a partir de R$ 40 no Sympla (bileto.sympla.com.br/event/100470).
Para criar a performance, Fause se inspirou em um acontecimento, visto em um documentário, da vida do pintor figurativo anglo-irlandês Francis Bacon (1909-1992). O filme relata que, na véspera da estreia de uma importante exposição, Bacon e sua agente encontram o namorado do pintor morto e decidem “não achar” o corpo para não atrapalhar o grande dia.
Haten, que transita entre diversas artes, ficou impressionado com o relato e decidiu escrever um conto ficcional, transformado depois em narrativa cênica para ser levada os palcos.
Na peça, que mescla teatro, performance, vídeo e artes plásticas, Fause apresenta esse “artista” que submete o público à experiência de perceber um ser idolatrado se transformar em um monstro. A plateia vai lidar com o sentimento de admiração e aversão colocados em confronto ao mesmo tempo.
O artista diz que o instante em que o amor vira ódio na vida de uma pessoa o deixou completamente intrigado. “Eu sou um Monstro fala sobre isso, trata desse instante. Essa capacidade de transitar rapidamente entre sentimentos opostos. Nesse sentido, o monstro sou eu e somos todos nós. Somos monstros quando amamos e odiamos. Acho muito interessante como a monstruosidade é caracterizada pelo excesso, pelo inesperado, pelo inalcançável daquilo que é muito bom ou muito ruim”.
Sozinho em cena, Haten é responsável por texto e direção. Artista multidisciplinar, ele também é autor e matéria para as fotos-performances da exposição do “artista”, onde a montagem acontece. Elaboradas com o rosto do próprio Fause, acrescido de diferentes materiais, como fitas, cordões e adesivos, as fotos fazem parte da série Selfiescultura.
O paulistano Fause Haten é um artista reconhecido pela sua trajetória na moda, porém, desde 2006, decidiu apostar também no campo das artes. Estudou artes cênicas e participou de vários trabalhos como ator, entre eles, A Feia Lulu (2014) e Lili Marlene Um Anti Musical (2017), espetáculos em que escreveu, dirigiu e atuou.