Chega às livrarias brasileiras pela Biblioteca Azul, Deus na escuridão, o mais recente romance de Valter Hugo Mãe. Neste livro, que conta com um projeto gráfico especial, o cenário é a Ilha da Madeira e o autor se debruça sobre a ideia de que amar é um sentimento vivenciado na escuridão, uma aposta sem garantias. A edição contará com dois prefácios: um assinado pelo músico Rodrigo Amarante (Los Hermanos) e outro pelo professor português de Literatura Carlos Reis, prefaciador da edição original. O texto de Rodrigo Amarante será incorporado também à versão portuguesa da obra, publicada pela Porto Editora.
Uma família humilde traz ao mundo um menino que nasceu sem as partes íntimas. O que poderia ser visto como uma maldição, para o irmão mais velho, Felicíssimo, esse é mais um motivo para amá-lo de forma incondicional. Frente às possíveis dificuldades, desde o dia do nascimento de Pouquinho, ele faz de tudo para protegê-lo, tal qual uma mãe.
“Amamos mais o que vemos em perigo. Amamos mais quem vemos em perigo. Somos feitos para aumentar de coração perante a família que sofre. Por vezes, nem tripas levamos dentro, nem estômago ou rins. Somos tão ocupados por amar alguém que nenhuma função desempenhamos senão a de amar, e todo nosso interior é o coração dilatado, esforçado como um touro jovem que se disfarça em nosso aspecto mais frágil”.
Deus na escuridão é uma belíssima reflexão sobre o exercício de amar, com um destaque especial para o amor materno. De forma delicada e profunda, Valter Hugo Mãe mergulha na premissa de que, ainda que só as mães sintam um amor comparável ao vindo de Deus, todos aqueles que são capazes de estabelecer uma relação amorosa deveriam ansiar e vivenciar essa intensidade de sentimento.