Em um determinado momento de Guerra Civil, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 18, a personagem Jessie (Cailee Spaeny) pergunta à fotógrafa de guerra Lee (Kirsten Dunst) se ela a filmaria morta. A resposta fria – que vocês vão ver no longa – mostra a amargura da personagem que iremos acompanhar por quase – tensas – duas horas de filme.
“Guerra Civil” mostra a jornada da fotógrafa Lee e do jornalista Joel (Wagner Moura) rodando nos Estados Unidos, em plena guerra civil, para entrevistar o presidente norte-americano. A aspirante a fotógrafa Jessie e o experiente jornalista Sammy (Stephen McKinley Henderson) também vão acompanhá-los nessa verdadeira jornada pelo interior do país.
Dirigido e escrito pelo excelente Alex Garland (do pouco visto e subestimado Ex-Machina (2014), Guerra Civil é uma obra-prima do cinema recente. Com uma direção dura, que não faz concessões a cenas grotescas de guerra, o longa também prende a atenção porque durante toda a viagem, são raros os momentos de relaxamento. Basicamente são quase 2h de tensão pura. Alex Garland comanda o longa como se fosse um cinegrafista gravando um documentário e passando pela mesma violência que os personagens.
O elenco é afiado, com uma boa química entre todos os quatro personagens principais. Wagner Moura brilha ao lado dos outros atores, graças também ao roteiro que dá profundidade a todos eles, mesmo os que aparecem pouco.
O recurso de Guerra Civil de tirar fotos dos frames do filme é genial, rendendo imagens bizarras e fascinantes da guerra. E o longa não toma partido de que lado é o certo e qual é o errado, todos são perversos. E, claro, tem os personagens militares obstinados e os cidadãos alheios à guerra.
Enfim, Guerra Civil é um dos melhores filmes dos últimos anos ao reunir uma história pesada, um roteiro afiado, atuações excelentes e uma direção primorosa de Alex Garland. É imperdível!