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Cinema

Vida e obra de Ruy Barbosa chega aos cinemas

Filme celebra legado de um dos fundadores da República Federativa do Brasil

Foto | Divulgação

Será realizado, na próxima segunda-feira, dia 04 de março, o pré-lançamento nacional do filme documentário A Voz de Ruy – O arquiteto da República, às 19h, no Cine Glauber Rocha [Praça Castro Alves].  O evento integra a celebração do marco histórico de 100 anos da morte de Ruy Barbosa, um dos mais notáveis intelectuais brasileiros de todos os tempos. Além de primeiro Ministro da Fazenda do regime republicano instaurado no Brasil e coautor da primeira Constituição republicana, em 1889, Ruy atuou na defesa do federalismo e do abolicionismo e na promoção dos direitos e garantias individuais. Após a pré-estreia, a ideia é que o filme entre em cartaz no circuito comercial e plataformas digitais, ademais de ser levado às escolas e universidades para servir como ferramenta educativa.

Com direção de Fernanda Miranda e Pedro Sprejer, e direção geral de Belisário Franca, o documentário exibe cenas históricas e bastidores da vida do baiano, ao longo da sua trajetória como jornalista, político, jurista e diplomata, tanto na Bahia e no Rio de Janeiro quanto no exterior, enquanto representante da nação brasileira. Na narrativa, são utilizados depoimentos de especialistas na vida e obra de Ruy, ilustrados com imagens da Cinemateca Brasileira, Fundação Casa de Rui Barbosa, acervo do documentarista Isaac Rozemberg e fotos e documentos da ABI (Associação Bahiana de Imprensa), Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional e, novamente, da Fundação Casa de Rui Barbosa.

O filme tem o patrocínio do Governo do Estado da Bahia, via Secretarias da Cultura e da Fazenda, através do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural- Fazcultura, e da ACELEN. É uma produção da DPE Entretenimento e da Giros Filmes, com apoio da ABI. Para o lançamento, também houve apoio do Instituto Rui Barbosa-IRB, da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia-CAAB, da OAB/BA e do Sebrae. “Ruy Barbosa tem uma importância grandiosa para a história do nosso país e que merece ser lembrada. O longa-metragem nos aproxima dessa personalidade multifacetada defensora do regime democrático. O legado de Ruy Barbosa tem muito a nos inspirar”, destaca Marcelo Lyra, vice-presidente de Relações Institucionais, Comunicação e ESG da Acelen.

De acordo com o produtor executivo Maurício Xavier, fazer filme documentário de personagens históricos é um desafio. “Esse filme só foi possível graças a imagens de arquivo de diversas fontes. Precisamos fortalecer a preservação de nossos acervos cinematográficos. Apoiar as instituições que se dedicam a preservar nossa memória. Não basta produzir cinema, temos que preservar a memória através do cinema. Isso ajudará a contar nossas estórias”, frisou ele. O próprio título da obra, A Voz de Ruy, foi inspirado na existência documental dos seus escritos nos jornais, conferências, discursos, debates públicos e pronunciamentos nas Câmaras estadual e federal e no Senado da República.

Para endossar os registros, foram ouvidos especialistas na vida de Ruy Barbosa, como Alexandre Santini, presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa-FCRB; Antônio Edimilson, historiador; Aparecida Rangel, pesquisadora da FCRB; o Ministro aposentado do STF Ayres Britto; Carlos Henrique Cardim, embaixador e cientista político; Christian Lynch, cientista político; Edvaldo Brito, professor de Direito da UFBA e imortal da Academia de Letras da Bahia-ALB; Ernesto Marques, presidente da ABI; Joacy Góes, presidente do IGHB; Lidivaldo Reaiche Brito, desembargador do TJBA; Luís Guilherme Pontes Tavares, vice-presidente da ABI; Soraya Realon, pesquisadora da FCRB e Wlamyra Albuquerque, historiadora.

Democracia sempre

Pouco mais de um ano depois dos ataques às sedes dos três poderes, o filme tem ainda a missão de relembrar ao grande público quem foi Ruy Barbosa e o que ele representa na defesa do Estado Democrático e de pontos fundamentais da evolução do Brasil enquanto sociedade, como o voto feminino e o fim da escravidão.

“No dia da infâmia, o busto de Ruy Barbosa foi vandalizado pelos invasores do STF em Brasília. Não é uma coincidência. A voz de Ruy Barbosa, que sempre incomodou os autoritários, é uma chave para compreendermos a construção da nossa democracia, da nossa república, do respeito a nossas instituições e até mesmo de uma visão de Brasil”, descreveu Belisário Franca. O busto foi mantido com a cicatriz, fruto do vandalismo, como símbolo para que atos como estes nunca mais sejam esquecidos.

Assim, o longa revela a presença de Ruy Barbosa em todas as ações renovadoras durante a Monarquia e a Primeira República, na qual foi um dos seus maiores protagonistas e a presença midiática mais marcante de sua geração. Seu pensamento, mesmo hoje, mostra-se atual e necessário.

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