Em crise financeira, Enzo Ferrari (Adam Driver) passa por dificuldades também na vida pessoal, tendo perdido recentemente o filho com Laura (Penélope Cruz). Mas a famosa corrida Mille Miglia, na Itália, pode ser a chance do ex-piloto e empresário ganhar uma redenção. Será que ele vai conseguir? É o que vamos ver em “Ferrari”, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 22.
Dirigido por Michael Mann (“Fogo contra Fogo” e “Colateral”), “Ferrari” mostra um breve período do empresário, envolto ainda com uma amante, Lina Lardi (Shailene Woodley) e o filho, o pequeno Piero (que hoje em dia é o vice-presidente da Ferrari). E o diretor não alivia. Enzo Ferrari, em atuação excelente de Adam Driver, é um sujeito que só pensa em negócios – e pouco se importa com a vida dos pilotos, mais preocupado é com as máquinas.
As gratas surpresas são Patrick Dempsey interpretando o veterano piloto Piero Taruffi e o brasileiro Gabriel Leone, na pele do piloto Alfonso de Portago. O brasileiro, que é um dos coadjuvantes, consegue se destacar em cena sempre que aparece.
O longa constrói muito bem toda a tensão que cerca Ferrari: tendo que cuidar da amante e do filho, da esposa e ainda pensar na corrida que pode tirar sua empresa da falência. Todos esses percalços são construídos de forma orgânica, atraindo a atenção não apenas para os apaixonados por corrida (não sou um, mas gostei do filme).
O roteiro, escrito por Troy Kennedy Martin (que faleceu em 2009), peca com as personagens femininas, que estão nos estereótipos de mulher traída amargurada (Penélope Cruz) e a amante paciente (Shailene Woodley). Não há tridimensionalidade nelas.
“Ferrari” é um filme por vezes monótono, mas que prende a atenção e vale, se dúvida, uma ida ao cinema.